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ROMÊNIA

Mosteiro se torna porto seguro para refugiados ucranianos e os seus animais

24 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Alison Standbridge | Arquivo pessoal

Um mosteiro localizado em Baia Mare, na Romênia, se tornou um refúgio seguro e acolhedor para ucranianos e animais domésticos. Localizado em uma região montanhosa no norte da fronteira com a Ucrânia, o abrigo está recebendo doações de ativistas e organizações em defesa dos direitos animais. A protetora inglesa Alison Standbridge, fundadora da Paws2Rescue, foi até o local levar suprimentos, caixas de transporte e agasalhos.

Ela contou ao The Mirror que o mosteiro é um símbolo de resistência diante da violência, do medo e do caos que se instalou na Ucrânia desde a invasão russa no fim de fevereiro. “É um lugar de total serenidade e uma fuga pacífica da devastação que destruiu milhares de famílias a poucos quilômetros de distância. Nós instantaneamente entramos em uma bolha de amor, paz e silêncio, quebrada apenas pelos cães sorridentes correndo para nos cumprimentar”.

Standbridge levou uma equipe de veterinários para ajudar esses animais a ganhar passaportes com carteiras de vacinação atualizada e documentos veterinários para conseguirem cruzar a fronteiras de outros países europeus que ainda não permitem a entrada de animais sem esses itens atualizados. O padre responsável pelo mosteiro afirma que está recebendo ajuda de todos os cantos do mundo e se sente feliz com a compaixão humana.

A protetora já ajudou centenas de animais e está comovida com a forte conexão entre refugiados e seus animais amados. “As pessoas carregavam animais domésticos em seus casacos – tartarugas, coelhos, pássaros, gatos e cachorros. A distância que as pessoas levavam para trazer seus animais era incrível. O horror que sentimos e vimos permanecerá em nossos corações todos os dias e nosso apoio a essas pessoas e animais continuará”, finalizou.

Foto: Alison Standbridge | Arquivo pessoal

Corrente do bem

Ativistas em defesa dos direitos animais que estão arriscando as próprias vidas nas zonas de guerra da Ucrânia para resgatar animais que se perderam dos seus tutores durante bombardeios estão realizando uma campanha virtual para que os cães e gatos salvos sejam devolvidos às suas famílias em segurança. Diariamente, voluntários estão dirigindo por milhares de quilômetros em estradas perigosas para levar animais até as fronteiras para reencontrar seus tutores que estão refugiados nos países vizinhos.

O grupo de ativistas Breaking Chains assumiu o compromisso de atuar no front, na linha de frente, resgatando animais feridos e assustados que se esconderam em meio aos escombros com medo das explosões. “Estamos trabalhando para reunir animais com pessoas que perderam seus maridos, perderam seus filhos, perderam suas casas, perderam seu país, perderam seus empregos – esses refugiados não têm nada além do amor que têm por esses animais, que são parte da família”, disse um porta-voz.

O representante do grupo disse que está há uma semana sem dormir e tomar banho, mal tem tempo para se alimentar, pois cada segundo é crucial para os animais que estão em zonas de risco. O Breaking Chains conta com o apoio de ativistas e ex-militares britânicos que foram ao local voluntariamente. Até agora, 120 animais já foram resgatados e entregues aos seus tutores. Além de salvar cães e gatos, o grupo também está ajudando seres humanos e crianças.

Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

Drama interminável

A invasão russa forçou mais de três milhões de pessoas a fugirem da Ucrânia. Muitos civis conseguiram deixar o país com seus animais domésticos, mas em meio a tumultos, bombardeios e muita correria, tutores que planejavam fugir com seus cães e gatos acabaram se separando dos seus animais, que correram assustados e se esconderam em meio aos escombros em busca de abrigo.

Muitos voluntários estão se arriscando em zonas de conflitos para resgatar esses animais, que estão profundamente traumatizados pelos sons das bombas e a ausência de seus tutores. Muitos guardiões que conseguiram contatar ativistas e responsáveis por abrigos deixaram a descrição dos animais na esperança de reencontrá-los no futuro.

Os abrigos da Ucrânia estão superlotados e muitos foram alvos de ataques. Ativistas poloneses e romenos estão cruzando a fronteira e resgatando o máximo de animais que conseguem e levando para abrigos de campanha. Segundo o Washington Examiner, muitos animais encontrados em diversas cidades ucranianas estão sendo levados para abrigos distantes.

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