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Morador ajudou a resgatar cachorro do vizinho em alagamento de Esteio (RS)

30 de outubro de 2013
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José Carlos Karnal Junior (à esq.) ajudou Leonel de Borba (à dir.) a resgatar Chorão na enchente (Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS)
José Carlos Karnal Junior (à esq.) ajudou Leonel de Borba (à dir.) a resgatar Chorão na enchente (Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS)

Difícil quem não fique consternado ao lembrar do dia em que o asfalto virou líquido em Esteio. Nas redes sociais, entre tantos flagrantes de solidariedade, a imagem do homem resgatando o cão do aguaceiro foi curtida por mais de 4 mil pessoas nas redes sociais.

Não demorou para que José Carlos Karnal Junior, 50 anos, técnico de planejamento, recebesse dezenas de ligações de amigos para lhe dar os parabéns pela bravura. Depois de ter salvo a mulher, duas filhas, oito gatos e quatro cachorros, José Carlos deparou com a dificuldade do vizinho, o mecânico Leonel de Borba, 30 anos:

“Vi o vizinho saindo com o cachorro. Ele é bem grande e o vizinho, baixinho. A água estava alta. Vi que ele estava com dificuldade de se locomover e o bicho, nervoso. Não teve nenhum herói nesta história. Foram sobreviventes, mas isso não quer dizer que a vida de todo mundo ficou fácil”.

(Foto: Ronaldo Bernardi, Agência RBS )
(Foto: Ronaldo Bernardi, Agência RBS )

Pelo contrário. Chorão, o cão de cinco meses, a mulher e os dois carros foram as únicas coisas que sobraram na casa de Borba toda mobiliada há oito meses na Rua Brasília, na Vila Osório, quando saiu de Porto Alegre e foi morar na Região Metropolitana. Fotos, documentos, livros, certificados de cursos e ferramentas novas compradas para a oficina recém-aberta foram danificados.

Ele lembra que antes das 7h, a água começou. Passava das 9h30min quando o cachorro foi resgatado.

“Eu tentei colocar o Chorão em um cavalete nos fundos, mas ele é muito sapeca, queria se jogar na água. Ia morrer. A correnteza estava forte. Aí, tentava nadar com ele, mas tinha lugares que não dava pé”.

Agora, em meio a tanta coisa para limpar, Chorão ficou para trás. Ainda aguarda amarrado no pátio pelo o primeiro banho após o renascimento. O vizinho solidário também anseia por vida nova.

“Queremos saber do prefeito, dos nossos governantes, o que vai ser feito em breve para acabar com isso aí. Chegou num ponto em que Esteio vai virar uma cidade fantasma porque ninguém quer viver dentro de um rio e perder tudo a cada dois meses”, suplicou José Carlos.

Fonte: Zero Hora

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