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Monti: o prisioneiro mais antigo clama por liberdade

14 de agosto de 2014
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O chimpanzé Monti tem 45 anos de idade.  Passou todos esses anos na mesma prisão, frente ao público, sem possibilidade de privacidade, nem companhia. Monti é o mais antigo prisioneiro de consciência argentino, já que é inocente de qualquer delito. Sua única culpa é ter nascido Primata Não Humano, e ser usado para entreter e divertir o público que frequenta o Zoológico de Santiago del Estero no país irmão.
Monti vai ser despejado, porém não tem para onde ir. O Zoológico está fechando as portas, logo ninguém mais vai assediá-lo e rir dele por ser prisioneiro.
A organização AFADA – Associação de Funcionários e Advogados pelos Direitos dos Animais, através de seu Presidente, Dr. Pablo N. Buompadre, entrou com um pedido de Habeas Corpus considerando ilegítima a privação de liberdade de Monti e solicitando que a justiça o reconheça como Pessoa Não Humana, garantindo-lhe seus direitos fundamentais, que são o direito a vida, a liberdade e a não ser torturado, nem sofrer maus tratos físicos nem psicológicos
O Juiz Dario Alarcon e o procurador Julio Carmelo Vidal devem resolver o pedido da AFADA, e parecem estar de acordo para libertar Monti e enviá-lo ao Santuário do GAP em Sorocaba, em nosso país. Porém, o processo judicial é moroso, e pode demorar semanas ou meses.
Monti está abandonado à sua sorte, após 45 anos de reclusão e sobrevivência. Possivelmente é o chimpanzé com mais tempo em um mesmo local do Planeta. O Projeto GAP foi visitá-lo semanas atrás. Monti não guarda ódio para os humanos que o mergulharam naquele inferno de solidão, exposição e abandono. Lhe demos um cobertor, talvez o primeiro em sua vida naquelas noite geladas da cidade argentina. Monti ainda sabe agradecer e retribuir o carinho de humanos que lutam por sua vida livre.
A Argentina e sua Justiça não podem permitir que Monti não seja algum dia feliz em companhia de seus iguais e sem ser explorado. O Juiz Dario Alarcon, sem ainda saber, tem em suas mãos a causa mais importante de sua vida jurídica: reconhecer que Monti é uma Pessoa Não Humana e dar-lhe a liberdade. Se tomar essa decisão, estará fazendo história no universo jurídico deste mundo injusto e cruel. A presente e futuras gerações lhe agradecerão por ter tido a coragem de romper a barreira das espécies e fazer justiça.

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