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Ministros de 200 países chegam ao Japão para tentar travar extinção das espécies

27 de outubro de 2010
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Reunião de alto nível em Nagoya (Foto: Yuriko Nakao/Reuters)

Os ministros do Ambiente e altos responsáveis de 200 países começaram hoje a debater a melhor forma para travar a extinção das espécies até 2020, na conferência a decorrer na cidade japonesa de Nagoya até sexta-feira (29).

A conferência deverá levar governos e empresas a comprometerem-se com a proteção dos ecossistemas ameaçados, como as florestas que limpam o ar e os recifes de coral que suportam recursos pesqueiros.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, participou na sessão de abertura destes três dias de negociações a alto nível em Nagoya e afirmou que os ministros das Finanças e os empresários também precisam de levar com conta o valor dos serviços prestados pela natureza, nas áreas da alimentação, medicamentos, turismo e indústria.

“A produtividade dos solos e dos mares está diminuindo e com ela os serviços dos ecossistemas que são cruciais para que as pessoas saiam da pobreza”, disse Robert Zoellick. “As espécies ameaçadas estão desaparecendo para sempre, mesmo à frente dos nossos olhos”.

Centenas de delegados estão negociando desde a semana passada para tentar chegar a um acordo sobre a nova meta para 2020 e um plano estratégico com 20 pontos que pretende proteger recursos pesqueiros, combater a degradação dos habitats e conservar áreas terrestres e marinhas.

Mas os países continuam divididos quanto ao grau de ambição e quem vai pagar os esforços de conservação. O financiamento atual para combater a perda de biodiversidade é de cerca de três mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) por ano mas alguns países em desenvolvimento consideram que este valor deveria ser aumentado cem vezes.

Financiamento em Nagoya

O Japão, anfitrião das negociações, ofereceu dois mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) aos países em desenvolvimento, num período de três anos contando desde 2010. Mas ainda não é certo se a Europa vai igualar esse valor.

“Não viemos aqui a contar com uma conferência para angariar financiamentos”, comentou Karl Falkenberg, responsável pela Direção-Geral de Ambiente da Comissão Europeia, em conferência de imprensa. “A Europa, nos últimos oito anos, já gastou mil milhões de euros anualmente”, lembrou.

Os países mais pobres recusaram-se a assinar metas de conservação para 2020 sem mais financiamento e acordo sobre um novo protocolo das Nações Unidas que lhes daria uma parte justa dos lucros feitos pelas empresas, como as farmacêuticas, a partir dos seus recursos genéticos.

Outro dos pontos mais sensíveis é a questão da extensão das áreas protegidas que, atualmente, cobrem 13% da superfície total do planeta e menos de 1% da superfície total dos oceanos. A União Europeia e vários outros grupos de países defenderam um aumento para os 25% (terra) e 15% (oceanos). Mas esta proposta está longe de ser unânime.

O Brasil salientou a necessidade da chegada a acordo e pediu compromissos e flexibilidade. “Estamos todos cansados de negociações intermináveis que apenas adiam as soluções para os problemas. Também estamos cansados de decisões que estão muito longe da realidade”, comentou a ministra do Ambiente Izabella Teixeira. “Nos últimos dez dias tivemos tempo suficiente para ver as diferenças que nos separam. Agora só temos três dias para ver o que nos une”.

Fonte: Ecosfera

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