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Ministério Público Militar vai apurar caso de touro maltratado no Pará

15 de novembro de 2013
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O Ministério Público Militar vai abrir inquérito para apurar a conduta dos policias militares que foram até Benevides, na região metropolitana de Belém, verificar os  maus-tratos a um touro. O animal era puxado por um caminhão no meio da rua.

“Policial Militar não cabe à ele fazer juízo de valor do fato, ou seja, dizer se é ou não é crime. Então, se ele está presenciando um fato que em tese a lei penal brasileira descreve como crime, à ele cabe sim fazer a prisão da pessoa em flagrante delito. E conduzir para autoridade policial competente para que seja feito o procedimento legal adequado”, disse o promotor Armando Brasil.

As imagens foram mostradas para Alex Lacerda, chefe da divisão técnica e ambiental do Ibama. Segundo ele, o animal poderia ter morrido. “Esses animais têm troca térmica, uma troca de calor muito baixa, têm dificuldade de equilibrar, então, não se movimentam durante muito tempo você vê o animal no pasto, nas horas de calor eles procuram sombra, ficam embaixo de árvore. Esse animal, como não pode ficar na sombra, e ficou se movimentando, sendo forçado a se movimentar, ele começa a entrar em exaustão. Isso dá acidose, que é o termo técnico para morte”, disse.

O caso aconteceu na vila de Santa Maria do Benfica. O vídeo feito pelo celular mostra o animal sendo transportado no meio da rua. Na primeira imagem , os funcionários usam uma carreta para puxá-lo pelo asfalto, mas ele não resiste e cai. O touro é colocado do lado da pista. Em uma nova tentativa, um trator é usado para resgatar o animal, mas ele cai novamente.

Um carro da polícia ambiental chega no local depois de quase uma hora e manda que o animal seja solto. Ele já estava bastante machucado e recebe a ajuda dos moradores. Uma mancha de sangue fica no chão.

O Batalhão de Polícia Ambiental disse que agiu imediatamente, assim que recebeu a denúncia, mas que, ao chegar ao local, avaliou que aquela não era uma situação de maus tratos, apenas de transporte inadequado do animal, o que não caracterizaria crime.

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) questiona o trabalho da polícia e diz que a situação se enquadra na lei 9.605, de 1998, que diz é crime ambiental praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.

“Existem várias maneiras de se transportar animal, quem trabalha com caminhão boiadeiro sabe disso. E aquela forma de puxar animal com trator e caminhão, isso não existe. Isso é maus-tratos com certeza”, disse o médico veterinário da UFRA Eriberto Figueredo.

Fonte: G1

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