Por Vanessa Perez (da Redação)
Enquanto a revolta contra o governo do Egito tem forçado muitos cidadãos estrangeiros a fugir, milhares de animais no país em conflito também vêm sendo afetados.
“Toda vez que há uma crise política e as coisas viram de cabeça para baixo, os animais sempre irão sofrer”, diz Kristen Stilt, membro da diretoria da Sociedade Egípcia de Misericórdia aos Animais (ESMA), para o People Pets. No meio do tumulto e protestos, muitos moradores que foram forçados a sair do local, abandonaram seus animais e pediram ajuda à ESMA. Animais explorados em lojas e zoológicos também ficaram desamparados, sem ninguém para cuidar deles. Os cães e gatos nas ruas já foram expostos ao gás lacrimogêneo que está sendo usado contra os manifestantes.
“Existem animais machucados nas ruas, e moradores foram orientados a deixarem seus animais para trás”, diz Stilt. “Temos recebido telefonemas de estrangeiros em pânico.”
Não há muita infraestrutura para o tratamento de animais no Egito e são poucos e frágeis os projetos de assistência e organizações. Formada no final de 2007 na sequência de um horrível tiroteio em cães abandonados pelo governo egípcio, a ESMA foi criada para lutar pelo controle populacional e para proteger e salvar os animais em perigo.
A ESMA faz o que pode para investigar e resgatar o maior número possível de animais. As 10 pessoas que estão alocadas no Cairo recebem diariamente diversas chamadas de tutores necessitando de todo tipo de assistência, mas apenas com um motorista na cidade tumultuada e espaço limitado no abrigo, eles só podem salvar alguns.
“Temos 600 animais no total, cerca de metade [deles] são cães e metade gatos. E um veterinário a tempo integral porque isso é tudo que podemos pagar”, diz Stilt. “Nós estamos esticados ao máximo.”
Stilt, com base em Ilinois, diz que apesar de ser insuficiente, a organização espera conscientizar e levantar fundos adicionais para apoiar os esforços de pesquisa e manter o abrigo em funcionamento durante a crise do país.
“As doações estão sendo direcionadas para a alimentação diária, mas ainda precisamos de medicamentos – as despesas são operacionais e também para de veículos tipo ambulância para chegar a lojas de animais”, diz Stilt.
Nos Estados Unidos, a autora Gwen Cooper, cujo livro de 2009, Homer’s Odyssey, detalha seu relacionamento com uma gata cega, levou ao seu blog com seus 20.000 fãs, um apelo pessoal para que alcance todos os amantes dos animais que também queiram ajudar.
“Eu sou uma apaixonada defensora dos animais”, diz Cooper.
Em Homer’s Odyssey, ela relembra os momentos de terror após os acontecimentos de 11 de setembro, quando ela correu de volta para seu apartamento perto do World Trade Center para tentar salvar seus gatos. Ela acaba resgatando sua família de animais, e agora ela está fazendo o que pode para ajudar outras famílias e animais a vencerem suas batalhas.
Através de seu mailing list, amigos do Facebook e seguidores do Twitter, em que tem recebido agradecimentos graças ao sucesso de Homer’s Odyssey, Cooper está falando com o máximo de pessoas possível para poder aumentar a sensibilização.
“Animais não são cidadãos de países, são cidadãos de nossos corações e nossos corações não têm fronteiras”, diz ela. “Eu não vejo isso como um problema do Egito. Vejo isso como um problema humanitário”.
Para doar e ajudar os animais vítima dos conflitos no Egito, visite a ESMA: www.esmaegypt.org.