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GUARDA RESPONSÁVEL

Metade dos interessados em adotar gatos resgatados não passa nos critérios da Dibea de São José (SC)

18 de maio de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

A Diretoria de Bem Estar Animal (Dibea) segue trabalhando na reabilitação dos gatos resgatados em imóvel alvo de ação de despejo. Em cumprimento à ordem judicial, o município assumiu e tutela dos felinos em decorrência de abandono e maus-tratos, e agora trabalha para garantir um lar responsável para os animais.

Mas de acordo com o órgão, os interessados não têm preenchidos os requisitos para garantir a adoção responsável dos animais. Um dos motivos mais recorrentes é a falta de tela nos apartamentos, o que pode comprometer a vida dos gatos, com fraturas e inclusive risco de vida.

O diretor da Dibea, Vinícius Ramos, esclarece a importância do rigor na entrevista dos interessados. O objetivo é que o animal não volte a sofrer. “A adoção responsável é uma obrigação do Município de São José, para que esses animais tenham a qualidade de vida que eles merecem. Por isso, o nosso questionário de adoção é extremamente exigente, para que tenhamos certeza que os animais estarão em um lar com muito amor, carinho e de hipótese alguma voltará a receber maus-tratos”, observa.

É importante destacar que nem todos os animais estão ainda aptos à adoção. Pouco a pouco a equipe responsável pelo tratamento clínico e trabalho de domesticação vai liberando os animais para a fila de adoção. Até esta manhã, havia pelo menos seis felinos à espera de uma família.

Os interessados devem entrar em contato com a dona da Hospedagem parceira, Ana Rafaela, pelo Whatsapp (48) 9952-0207. A partir disso, será agendada a entrevista. O cidadão deve levar um comprovante de residência e estar ciente de que tem condições financeiras, espaço e tempo para dedicar ao novo membro da família.

Adoção dos cães

Caso a pessoa não queira adotar um gatinho, também há a possibilidade de adotar um cãozinho. Atualmente a Dibea está com a tutela de 94 cães resgatados de vias públicas e de maus-tratos. Pelo menos 30% desses cães completaram o tratamento clínico e também podem conquistar a tão sonhada família. Inclusive, nesta semana foi resgatada uma cadela , do bairro Areias, atendendo a denúncias de cidadãos, oficializadas por meio do boletim de ocorrência encaminhado para a Dibea.

A cadelinha de porte médio, na cor preta, passou pelo protocolo pós-resgate da Diretoria, que consiste no atendimento clínico, exames de sangue, castração e vacinação. Vale lembrar que o resgate só foi possível porque no último evento de adoção, o Super Adocão, a Dibea doou seis animais, abrindo vagas para novos cães necessitados de atendimento. Apesar disso, a hospedagem está novamente lotada. Para tornar o espaço com vagas mais rotativas, a população pode divulgar o trabalho de adoção consciente com amigos, vizinhos e famílias sobre a existência dos animais.

Proteção animal x acumuladores 

O caso dos felinos resgatados levantou um tema que não necessariamente está ligado à antiga tutora dos 125 gatos, mas que serve de alerta para a comunidade. De acordo com o psiquiatra da rede de saúde, Dr. João Paulo Branco muitas pessoas sofrem de transtornos de acumulação. São doenças que estão inseridas no espectro obsessivo compulsivo.

Os transtornos podem ser de várias naturezas: acúmulo de lixo, alimento e também de animais. Popularmente o acúmulo de animais é chamado de “Síndrome da Arca de Noé”. De acordo com o psiquiatra, a pessoa passa a ter dificuldade em se desapegar do objetivo de desejo, sendo uma demanda desproporcional, no caso dos animais perdem a capacidade de cuidar deles.

Segundo o especialista, a pessoa com o transtorno pode apresentar alguns indícios no início, que podem ser percebidos pela família e amigos, como o aumento excessivo do objeto de desejo e dificuldade de socialização.

João informa que as causas com o transtorno podem estar associadas a diversos fatores, como traumas de infância, estados de negligência familiar, quadro demencial e etc. “O paciente deve ser encaminhado para a psicoterapia, e em alguns casos também acrescentar a medicação psicotrópica para o alívio dos sintomas”, explica.

Fonte: Prefeitura de São José

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