Por Vanessa Perez (da Redação)
Quebec, no Canadá, introduziu uma proposta em seu novo regimento para o bem-estar animal, que visa reprimir a fábricas de filhotes de cachorros e gatos na província.
Segundo informações do jornal CBC News, as regras irão estabelecer padrões mínimos de atendimento e limpeza para abrigos e estabelecer normas para a eutanásia de animais indesejados ou abandonados.
O ministro de Quebec, Geoff Kelley, disse que as novas regras são destinadas a reforçar as leis de bem-estar animal já existentes, dando uma lista aos inspetores do que devem procurar. Isso inclui o acesso à comida e água, gaiolas apropriadas, e exercício suficiente, Kelley disse.
“Todas essas condições vão do que é e o que não é aceitável em Quebec”, disse ele.
Quebec é considerada a capital das fábricas de filhotes da América do Norte, que abriga um número estimado de 2.000 criadores ‘não regulamentados’.
Para acabar com essa reputação, Kelley disse que a província tem aumentado o número de inspetores para o bem-estar animal de cinco para 40 nos últimos três anos.
SPCA pede penas mais severas
A SPCA de Montreal acolheu as novas regras, dizendo que ajudaria a eliminar práticas como deixar cães e gatos permanentemente presos ou confinados em gaiolas de arame. No entanto, a diretora executiva, Alanna Devine, disse que elas não são suficientes.
“Para esses regulamentos terem um forte efeito, precisamos ver penas muito mais altas e também o tempo de prisão”, disse ela. “Para que um juiz chegue a dar uma sentença a alguém que seja culpado de crueldade animal ou negligência.”
Aumentar as penas exigiria mudar a legislação. O Ministro da Agricultura de Quebec, Pierre Corbeil, disse que isso poderia acontecer em breve.
As novas regras vêm em meio a pedidos para que a província fortaleça as suas leis contra a crueldade aos animais, depois de uma investigação secreta feita pela equipe da Radio-Canada Enquête em que foram descobertas práticas questionáveis da eutanásia em um dos maiores abrigos de animais da cidade, que tinha fins lucrativos.
Nota da Redação: Partindo da certeza de que animais não são mercadorias, e sim seres sencientes com direito à vida e à integridade, o comércio de animais é uma prática cruel que deve ser totalmente banida e tratada como crime. Regulamentar uma prática como essa é admitir que vidas sejam exploradas e torturadas. Uma lei justa não promove o sofrimento, pelo contrário, pune a violência e todo ato que desrespeita os direitos dos outros seres – humanos ou não humanos.