(da Redação)

Em agosto deste ano havia sido proibida a matança de javalis, desde a publicação de uma instrução normativa, veiculada no Diário Oficial da União, revogando uma norma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que autorizava o massacre desses animais sob a justificativa de controle populacional.

Uma Resolução publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, no entanto, voltou a autorizar o extermínio de javalis-europeus, por decisão conjunta entre a Secretário de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Conforme já publicado na ANDA, esses animais selvagens são acusados de causar prejuízos nas lavouras do sul do país e, sob essa alegação, poderão ser vítimas de mais um massacre cruel.

O deputado federal e presidente da Comissão de Agricultura Abelardo Lupion (DEM/PR) foi quem solicitou a realização de uma audiência pública para discutir o assunto e propor que a caça desses animais fosse novamente permitida.

Animais pagam pelo desequilíbrio humano

A verdade é que o ser humano interferiu no fluxo natural desses animais e agora reclama das consequências provocadas por esse ato irresponsável: os primeiros javalis foram retirados da Europa e trazidos para a Argentina no início do século XX. A sua dispersão fez com que ocupassem o Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.

O desequilíbrio populacional das espécies é resultado também do desmatamento realizado pelos seres humanos para dar lugar ao cultivo agrícola.E, dando continuidade à cadeia de equívocos e exploração desses animais, os javalis são criados de forma absolutamente desrespeitosa e sua população, que está entre 26 e 50 mil no estado do RS, cresce descontroladamente.