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DESTRUIÇÃO

Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga batem recorde de queimadas em agosto

O bioma mais devastado pelas queimadas no mês é o Cerrado, seguido da Amazônia e da Mata Atlântica

25 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Queimada em Novo Progresso (PA), em agosto de 2020 (Foto: Lucas Landau / Lucas Landau / Greenpeace)

Antes mesmo de agosto chegar ao fim, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga bateram recordes de queimadas, superando os incêndios registrados no mesmo mês de 2020. E embora a situação seja mais critica nesses biomas, todos os outros, com exceção do Pampa, também sofrem atualmente com o fogo no país, conforme demonstrado por imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os dados mostram que os incêndios têm ocorrido em terras privas e públicas, além de unidades de conservação e regiões de propriedade dos indígenas. Foram 113 reservas ambientais e 57 terras indígenas com focos de calor registrados, segundo o Inpe.

O bioma mais devastado pelas queimadas no mês é o Cerrado, seguido da Amazônia e da Mata Atlântica. E embora o tempo seco e as mudanças climáticas auxiliem na propagação do fogo, a ação humana é a principal causa das queimadas – seja através de atos inconscientes, como a soltura de balões que caem em regiões de mata – como ocorreu no Parque Estadual do Juquery, em São Paulo -, ou de queimadas realizadas pela agropecuária para transformar áreas de mata em pasto para criar bois explorados para consumo humano.

Impacto das queimadas sobre os animais

Além da destruição da vegetação, a queimada também impacta os animais e são potencialmente letais para a fauna silvestre de diferentes formas. Muitos animais agonizam em meio às chamas e morrem carbonizados, outros não sobrevivem em decorrência das infecções causadas pelas queimaduras e muitos são atropelados em rodovias enquanto tentam escapar das chamas.

Há ainda casos de animais que sobrevivem aos incêndios, mas morrem ao desenvolver quadros de desnutrição e desidratação decorrentes da escassez de alimento e água comum em habitats devastados pelo fogo.

Ouriço, cobra e macaco morrem após incêndios

O ouriço fêmea e a cobra que foram resgatados após tentarem escapar do incêndio que destruiu cerca de 80% do Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, morreram apesar dos cuidados recebidos. Até o momento, apenas três animais foram resgatados, incluindo o ouriço e a cobra. O fogo teve início após um balão cair na mata. As autoridades prenderam sete baloeiros em Franco da Rocha e investigam se houve envolvimento dos homens no crime ambiental que devastou o parque.

De acordo com a Polícia Militar Ambiental (PMA), o ouriço e a cobra encaminhados ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS) após recebimento de primeiros socorros no entorno do parque não resistiram aos graves ferimentos ocasionados pelo fogo

No Pantanal, a morte de um macaco durante um incêndio em Mato Grosso do Sul comoveu a corporação do Corpo de Bombeiros. Os militares fizeram o enterro do corpo do animal encontrado em uma região de mata no município de Bela Vista, a 317 quilômetros de distância de Campo Grande, capital do estado.

Uma preá foi o terceiro animal silvestre a ser resgatado e, até as últimas e recentes atualizações sobre seu estado de saúde, permanecia viva.

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