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Manifestantes afirmam que a produção de carne prejudica animais e meio ambiente

3 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Flavia Velloso (da Redação)

Manifestantes no Canadá (Foto: Dave Mabell)
Manifestantes no Canadá (Foto: Dave Mabell)

As opções alimentares dos canadenses não somente causam dor e sofrimento a um incontável número de animais como também estão causando estragos no meio ambiente. Essas informações coincidem com o último relatório enviado à ONU, já veiculado pela ANDA.

Esta é a mensagem apresentada no domingo em Lethbridge e comunidades por toda a nação por ativistas que alegam que a grande dependência pela carne está prejudicando a saúde dos canadenses também. As informações são do Lethbridge.

Por sorte, de acordo com a organizadora do evento em Lethbridge, Anita Virginillo, mais canadenses estão mudando para uma dieta vegana ou vegetariana. Um maior número de restaurantes também está oferecendo alternativas sem carne, ela diz, e agora há mais opções saudáveis nas prateleiras dos supermercados.

“Sou uma garota da fazenda”, diz Virginillo.

Mas a indústria da carne hoje em dia tem pouca semelhança com a fazenda que seus pais administravam, ou com a idílica imagem que alguns canadenses podem ter do gado vivendo seus dias na fazenda. A realidade é bem distante da criação de animais domésticos.

“A fazenda-fábrica” tomou conta de tudo, ela diz, cada uma delas confina milhares de animais em currais até que eles ganhem peso para o abate.

A grande quantidade de esterco, urina, substâncias químicas excretadas e hormônios de tantas criações para engorda continuam a contaminar a terra, água e ar de Alberta, ela diz. A proximidade com esse “Beco de Criações” fez também com que as comunidades como Picture Butte se tornassem intoleráveis para algumas pessoas com reações alérgicas.

Ao mesmo tempo, Virginillo disse em uma entrevista que o sul de Alberta se tornou um dos principais pontos de incidência de doenças gastrointestinais no Canadá. O uso constante de hormônios para promover o aumento na velocidade de ganho de peso dos animais é uma das razões, ela afirma.

O pior, ela diz, é que os animais estão perpetuamente confinados em espaços pequenos – de seis a oito frangos em uma gaiola. A primeira vez que presenciou esse sofrimento, Virginillo conta, foi quando trabalhou em uma fábrica de processamento no sul de Manitoba.

A produção de suínos não tem nada de melhor, ela diz. As fêmeas são confinadas em uma “grade de gestação”, mantidas no escuro, sem nada para fazer a não ser se alimentar.

“Elas não podem nem mesmo se virar”, até que seja o momento de ir para a fábrica de processamento de carne de porco.

Muito embora uma dieta baseada em carne tenha certa repercussão, Virginillo afirma que não há absolutamente nenhuma justificativa para a forma como os animais são criados nessa indústria.

“O que estamos tentando fazer é aumentar o conhecimento sobre como eles são tratados. É horrendo.”

Os canadenses reconhecem que os animais que criamos para enviar para abate – cavalos, gado, porcos – são mamíferos que sentem dor e medo assim como nós, ela acrescenta.

“Eles não são diferentes a este respeito dos humanos”.

Virginillo diz que o novo grupo, Lethbridge Animal Rights Effort, vai continuar sua campanha de divulgação durante todo o ano. Os participantes ficaram surpresos com os acenos e buzinadas em apoio à causa que receberam em sua primeira aparição, ela acrescenta.

A longo prazo, ela diz que os habitantes da América do Norte podem ser forçados a reduzir seu consumo de carne da forma como ela é produzida. Com tanta água, grãos, energia e trabalho necessário para produzir um corte de carne, por exemplo, esses recursos poderiam ser utilizados para cultivar uma quantidade muito maior de proteína vegetal.

Enquanto a população mundial continua a crescer, as mudanças climáticas podem exacerbar a diminuição de comida e água. “Simplesmente não é sustentável”, diz a ativista.

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