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PESCA

Mais de 50 raias e tubarões bebês são encontrados mortos em praia paulista

27 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Instagram | @institutobiopesca

Três tubarões bebês, uma móbula e 55 raias foram encontrados mortos em uma praia de Peruíbe, litoral sul de São Paulo. O Instituto Biopesca, que realiza o monitoramento de 75 quilômetros de faixa de areia com objetivo de avaliar o impacto ambiental das operações de petróleo na vida marinha, foi acionado para averiguar a ocorrência.

A Secretaria Municipal de Peruíbe acionou a entidade após receber uma denúncia sobre as carcaças em um trecho de vegetação da praia de Taningwá.

O Biopesca informou em nota que sua equipe foi até o local e recolheu as carcaças, que apresentavam marcas de interação com rede de pesca. O Instituto levou os corpos para a realização de análise e elaboração de um relatório, que deve apontar a causa das mortes.

O biólogo Italo Bini, que está à frente das investigações, relatou que a maior parte das raias, que pertencem à espécie Rhinoptera bonasus (raia ticonha), tiveram o seu ferrão cortado, sugerindo que os cortes foram feitos por um tipo de lâmina. Esses animais podem ser comercializados, mas para isso seu ferrão é cortado antes. “Já sabemos que tanto raias como tubarões são vendidos como cação sem o consentimento dos consumidores”, explica Bini.

Para Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca, esses animais não eram o foco da pesca. “Muito provavelmente, esses animais foram capturados por redes de pesca de arrasto, que têm como espécie alvo o camarão”, pontuou Rodrigo.

Durante o verão, a demanda por peixes no litoral aumenta e com isso os pescadores aumentam as pescas para atender o alto consumo, ameaçando o equilíbrio marinho e a vida de muitos animais, como as raias e os tubarões.

Segundo Valle, a pesca de arrasto é legalizada, mas deve ser executada como técnica artesanal, ou seja, as redes não devem ser puxadas por motores, por exemplo.

Apesar de permitido essa técnica é muito perversa para com o ecossistema marinho. A pesca por rede de arrasto consiste na amarração das redes aos barcos por cordas ou correntes, permitindo que elas alcancem o chão de oceano e sejam arrastadas, destruindo toda a vida que habita no leito do mar, inclusive, matando animais que não são o alvo da pesca, como as tartarugas, algumas espécies de cetáceos e microrganismos essenciais para o equilíbrio do oceano. Os animais que são capturados acidentalmente e não tem valor comercial para os pescadores, são mortos e descartados.

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