O filhote de cachorro de apenas 4 meses resgatado em Novo Horizonte, no interior de São Paulo, após passar 12 horas enterrado pelo próprio tutor, passa bem e já não corre riscos de morrer. O caso comoveu moradores da cidade e candidatos para adotá-lo não faltam.
O animal foi resgatado nesta quarta-feira (7), quando um integrante da Associação de Proteção aos Animais, Marcos Rodrigues, recebeu denúncia de que havia um cachorro enterrado vivo no quintal de uma casa. Ele conseguiu encontrar o cão e o levou para uma clínica. Segundo a veterinária Viviane Cristina da Silva, ontem (7), o cãozinho comeu bem, mas hoje (8), já se recusou. “O remédio que estamos dando a ele causa enjôos, mas o filhote será medicado e vou colocá-lo no soro. Ele está bem, mas se o regate demorasse mais uma hora, ele poderia ter morrido”, disse a veterinária.
O filhote apelidado carinhosamente de Titã, que significa filho da terra, está desnutrido, desidratado e precisa passar por um tratamento de pele. De acordo com a veterinária, o animal deve ficar pelo menos durante 15 dias em observação. Ele tomará banhos com remédios e antibióticos duas vezes ao dia. Nesta quinta-feira (8), passará por um hemograma e poderá ter que fazer uma cirurgia no olho direito, onde há uma perfuração. “O filhote está com uma úlcera de córnea, que acredito ter sido causada pelo atrito da terra com o olho”, explicou a veterinária.
Como a prefeitura não tem um local para tratamento de animais, Titã está sob os cuidados de uma clínica particular. O custo inicial para cuidar do filhote foi de R$500, custeado através de doações de moradores sensibilizados pelo caso. Após os 15 dias, o cãozinho terá que passar por mais seis meses de tratamento de pele, que custa em torno de R$ 100 mensais.
Por enquanto, a Associação de Proteção aos Animais quer a melhora do animal e não se preocupou sobre a adoção. Muitas pessoas da cidade já manifestaram interesse e visitaram o cãozinho na clínica onde ele está internado. Caso Titã não tenha um dono quando tiver alta, permanecerá sob os cuidados da Associação. “A cidade tem 35 mil habitantes e a mobilização foi geral. Embora haja pessoas que façam essa crueldade, a maioria ama os animais e quer ajudar. A cidade tem um canil que é gerenciado por uma ONG, mas o local ainda não tem veterinário e por isso, Titã ficará conosco”, afirma Rodrigues.
Foi apresentado um termo circunstanciado à Justiça e o suspeito de enterrar o cachorro deverá ser investigado pelo crime de crueldade contra animais. Segundo o delegado responsável pelo caso, Luis Fernando Calmon Ribeiro, a polícia aguarda laudo para ouvir o suspeito, que pode pagar multa e pegar de 3 meses a 1 ano de prisão.
O vídeo da reportagem pode ser visto aqui.
Fonte: G1