Zelda, de seis anos, SRD (sem raça definida) foi adotada, mas fugiu de seus novos tutores voltando para a tutora anterior, que a abrigou como lar temporário (LT) até a sua adoção. A cadelinha demorou 97 dias, mas encontrou o caminho de volta para a casa que escolheu para ser o seu lar, a quase 48 quilômetros de distância de onde estava.
Tudo começou quando Zelda chegou ao abrigo de animais “Wags & Whisker” em Twin Cities, no Texas. O abrigo estava superlotado e Seneca Krueger, uma voluntária, foi escolhida para tutelar a cadelinha temporariamente em sua casa, onde ela permaneceu por sete meses, muito medrosa e assustada. “Ela não abanou o rabo por dois meses e só latiu depois de quatro meses”, disse a tutora do LT.
Krueger, que já acolheu entre 30 a 40 cães em sua casa, acredita não ter feito nada diferente em relação a Zelda, a tratando com o carinho, amor e dedicação que sempre acolhe os animais, porém, com um certo apego maior, que tentava não deixar transparecer tanto. O que ela não imaginava é que Zelda se mudaria para tão longe e nem que isso a atingiria tanto emocionalmente.
“Dos cães tutelados, o que acontece é que você os ama e depois os deixa ir, acolhendo o próximo para cuidar. Mas com Zelda foi diferente, agi cuidando como demais animais, mas eu a adotei em meu coração. Quando ela se foi, passei três dias chorando. Senti como se tivesse perdido um animal meu”, disse Krueger.
Dez dias após a adoção, Seneca foi notificada de que Zelda havia fugido dos seus tutores e ela imediatamente se juntou à busca. “Três vezes por semana eu saía por quatro ou cinco horas. Os dias em que a temperatura estava 30 graus abaixo de zero foram os momentos em que mais me preocupei com ela. Fiquei fora o dia todo tentando encontrá-la para que ela pudesse se aquecer”, disse ela.
De acordo com postagens nas redes sociais durante as buscas, houve dezenas de avistamentos em toda a área. Krueger pensou que ela nunca seria encontrada até ela entrar em contato com a “START for Dogs”, uma organização voluntária de rastreamento de animais perdidos.
Finalmente, 51 dias após o último avistamento, alguém tirou uma foto pela janela de um carro de um animal com as características de Zelda, andando pelo Cemitério de Santa Maria, em Minneapolis. Krueger e a equipe “START for Dogs” começaram a seguir as pistas.
“Acho que coloquei 127 panfletos naquele bairro”, disse Krueger, que acreditava que Zelda estava tentando encontrar o caminho de volta para ela. Finalmente, alguém conseguiu uma foto de um cão que se parecia muito com Zelda a apenas dois quarteirões de sua casa.
“Eu não conseguia ficar parada, caminhava por uma hora e voltava para ver se ela estava em casa e, imediatamente, voltava para a rua por mais uma hora”, disse Krueger. Mas enquanto isso, a poucos quilômetros, Zelda entrou em uma casa vizinha, de Mike e Susan Willis. Eles começaram a alimentá-la, mas logo ela se foi para continuar em busca do seu destino final.
O “START for Dogs” montou uma trilha com câmeras de monitoramento, conseguindo captar a imagem de um animal que se parecia muito com Zelda. À noite, armaram uma armadilha ao lado de um prato de comida e ficaram de tocaia. Às 4h30 da manhã, Seneca recebeu uma ligação do grupo com o aviso de que Zelda havia sido encontrada, mais magra e suja, mas era ela depois de sua longa jornada de 97 dias.
Ela não teve dúvidas e adotou oficialmente Zelda. “Acreditamos que escolhemos os animais, mas realmente são eles que nos escolhem, e acho que foi isso que aconteceu”, diz.