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SAÚDE

Leishmaniose não é sentença de morte para os animais domésticos

No mês de conscientização sobre a prevenção da infecção parasitária, contamos histórias de cães sobreviventes que, com o acompanhamento e o tratamento adequados, conseguem viver com bem-estar

22 de agosto de 2022
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(crédito: Fotos: Arquivo pessoal)

Complexa, crônica e com múltiplos sinais, a leishmaniose era, até pouco tempo, motivo de desespero para muitos tutores, dada a sua gravidade. Com possibilidades remotas de tratamentos, a orientação era, quase sempre, optar pela eutanásia. Atualmente, as possibilidades de o animal infectado viver bem são consideráveis e, para além dos cuidados posteriores ao diagnóstico positivo, há também maior conscientização sobre a prevenção da doença, proposta da campanha Agosto Verde.

Por se tratar de uma infecção parasitária que pode ser transmitida de animais para pessoas e vice-versa, merece alerta redobrado das autoridades e especialistas. Segundo dados do Ministério da Saúde, a leishmaniose afeta mais de 3.500 pessoas anualmente e, para cada humano afetado, a estimativa é que haja 200 cães infectadosExistem diferentes manifestações clínicas: a sistêmica, a cutânea e a mucocutânea. A leishmaniose sistêmica ou visceral, além de acometer diversos órgãos, também pode ter apresentação cutânea e é transmitida pelo mosquito palha.

Mais comuns nos cães, o tipo visceral apresenta, inicialmente, sintomas inespecíficos e que podem levar meses ou anos para se manifestarem — 70% dos animais infectados podem ser assintomáticos e manterem-se assim por até sete anos. Os outros 30% poderão manifestar múltiplos sinais: doenças na pele, alteração oftalmológica, emagrecimento, apatia, prostração, claudicação (quando começa a mancar), anemia e aumento das unhas, do baço e dos linfonodos. A insuficiência renal, que também pode ocorrer, é a complicação que mais mata cachorros com a doença.

Conforme explica o veterinário Paulo Tabanez, especializado em doenças infecciosas e diretor da clínica veterinária Tabanez, o diagnóstico da leishmaniose se dá a partir da história clínica do paciente e das alterações laboratoriais, confirmadas por meio de testes moleculares, parasitológicos e sorológicos. Este último, inclusive, quando qualitativo, não é totalmente específico, apesar de ser recomendado na rede pública de saúde, e abre margem a falsos positivos, tópico que traz a tona à discussão do quanto a opção pela eutanásia pode ser equivocada. Diagnósticos fechados somente com testes quantitativos e com coleta de material para análise parasitológica e ou molecular.

 

Fonte: Correio Braziliense

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