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Leis permitem que se faça lucro com a caça de animais selvagens na África do Sul

27 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Enquanto as feras do futebol correm soltas pelos gramados da Copa, nas matas da África do Sul animais como macacos, leões, hipopótamos e até zebras não conseguem se livrar da marcação impiedosa dos caçadores. Estimulados por um comércio que movimenta milhões de dólares por ano, eles se unem a comerciantes que dedicam a vida a transformar os bichos abatidos em enfeites de luxo. Depois de pronta, a ‘mercadoria’ é vendida a preço de ouro no mundo todo.

Há 20 anos no ramo, o sul-africano Kevin Cooper, 39, é um dos principais exportadores de animais da África do Sul. Com clientes na Europa, nos Estados Unidos e até no Brasil, ele não vê problemas no que faz. “É um trabalho como outro qualquer”, argumenta Kevin, que também é caçador. Questionado sobre fator predatório e cruel da atividade, ele não hesita em responder.

“Você gosta de futebol?”, pergunta. “Eu gosto de caçar animais! Se eu não matá-los e preparar os corpos, um dia eles morrerão do mesmo jeito e só servirão de comida para outros animais. Existem muitos bichos na natureza, eles nunca vão acabar por causa da caça”, argumenta com uma frieza que impressiona.

Amparado pelas leis sul-africanas que liberam a caça de diversos animais e controla a de uns poucos como leões e elefantes, Kevin abriu as portas de sua oficina e ali mostrou como é feito o trabalho de preparação das feras até chegar às vitrines das lojas.

“Depois de abater o animal retiramos a pele dele, cobrimos com sal e a deixamos exposta ao sol por três dias. Em seguida, a mergulhamos num tanque com produtos químicos onde permanece por duas semanas para preservá-la e evitar o mau cheiro”, detalhou Kevin.

“Feito isso, o couro dos animais é raspado para que fique mais fino e maleável”, explica o caçador, que para manter a forma perfeita do animal em suas peças usa moldes de fibra que são vestidos com a pele dos bichos. Uma cola especial é usada para fixá-la no molde. Mas o processo de secagem pode demorar até dois meses, dependendo do tamanho do animal.

Cumprida mais esta etapa, é feito um trabalho de raspagem do pelo e de ajustes de pequenos detalhes. Este processo varia desde a pintura dos chifres dos animais até a substituição dos olhos por esferas de cristal. Depois de prontas, as peças chegam a ser vendidas por mais de quatro mil dólares, como é o caso de uma zebra inteira.

Para se ter uma noção da organização e da rentabilidade do negócio, Kevin conta que envia e compra animais em qualquer país do mundo. “Não importa onde é, se o animal me interessa, vou buscá-lo”, garante.Apesar do interesse, para um turista praticar a caça é preciso estar acompanhado por um caçador sul-africano profissional.

Fonte: O Dia Online

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