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Justiça define guarda de 56 Pit Bulls após denúncia de maus-tratos

21 de novembro de 2013
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Índio é um dos animais resgatados na chácara (Foto: Reprodução/ Recanto dos Pit Bulls)
Índio é um dos animais resgatados na chácara
(Foto: Reprodução/ Recanto dos Pit Bulls)

A Justiça deve decidir ainda esta semana quem vai ficar com os 56 cães da raça pit bull que foram encontrados pela polícia, em março deste ano, com sinais de maus-tratos, em Aparecida de Goiânia. A guarda dos cães é disputada pelo tutor dos animais, Camilo Godinho Neto, e por Meibel Veríssimo, coordenadora do Recanto dos Pit Bulls, onde os cachorros estão desde que foram encontrados.

Veíssimo possui a tutela temporária dos cães, mas teme pelo futuro deles: “Tenho medo de que a juíza entenda que ele [o tutor] tem condições de cuidar. Se ele quisesse cuidar, ele teria cuidado”, declara Meibel.

Em entrevista, em junho, quando ocorreu a primeira audiência do processo, o dono da chácara em que os animais foram encontrados negou que cuidasse mal dos cães. “Crio animais há dez anos. O aspecto de magreza é típico daquela raça”, disse. Procurado nesta terça-feira (19), ele não foi localizado para comentar o caso.

Gastos

A coordenadora do Recanto dos Pit Bulls acredita que, se os animais voltarem a viver na chácara em que foram localizados, eles serão maltratados. “Ele tutor] precisa de dinheiro e de um espaço grande para cuidar dos cães. A gente gasta cerca de R$ 15 mil com esses animais, mas eles são apadrinhados. Ele é sozinho para cuidar de todos”. Veterinários que avaliaram os animais acreditam que eles participavam de rinhas.

O processo cabe recurso, mas Meibel espera que a sentença seja realmente dada na quarta-feira. “Se ele quiser recorrer, que ele tenha que recorrer em outra instância”. Além da guarda dos cães, a coordenadora quer autorização para que eles sejam castrados. Assim, eles podem ser encaminhados para a adoção.

Abandono

Os animais foram localizados no dia 8 de março deste ano, depois que policiais resolveram apurar uma denúncia anônima de porte ilegal de armas. Chegando ao local, além de comprovarem o crime, encontraram 57 cães vivendo em situação de abandono – um deles morreu no decorrer deste período. Outros 55 galos também foram localizados na chácara.

Fotos mostram como Maggie foi achada e como a cadela está hoje (Foto: Reprodução/ Recanto dos Pit Bulls)
Fotos mostram como Maggie foi achada e como a cadela está hoje (Foto: Reprodução/ Recanto dos Pit Bulls)

Por conta da situação, o Ministério Público acabou oferecendo denúncia de maus-tratos contra Neto. Ao saber do fato, Meibel, que também é diretora do Hammã, grupo de apoio a animais abandonados, requereu e ganhou na Justiça a tutela provisória dos cães. No dia 11 de abril, ela foi até a chácara, que fica no Setor Jardim Continental, e resgatou os bichos. Antes, ela já havia encontrado um local para eles ficarem. Foi quando surgiu o Recanto dos Pit Bulls.

“Lá era um canil abandonado [no Jardim Presidente, em Goiânia]. Aluguei por R$ 2 mil mensais e conto com a ajuda dos padrinhos e voluntários para mantê-lo. Lá já tinha 40 baias para os cães. Após um mutirão, construímos as 16 que faltavam. Também arcamos com despesas de alimentação e tratamento médico”, disse Meibel. Ela afirma que muito da ajuda que o grupo recebe vem de simpatizantes da causa, que aderem o movimento pelo Facebook.

Fonte: G1

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