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MATA ATLÂNTICA

Incêndio devasta área de preservação do Pico do Jaraguá, em SP

26 de agosto de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Um incêndio teve início na noite de ontem (25) no Pico do Jaraguá, dentro do Parque Estadual do Jaraguá, uma importante área de preservação, considerado um dos último remanescentes de Mata Atlântica da Região Metropolitana de São Paulo. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram até o local avaliar a extensão dos danos, mas dados oficiais ainda não foram divulgados.

O Pico do Jaraguá é o ponto mais alto da cidade de São Paulo, enquanto o Parque Estadual do Jaraguá ocupa uma área de 491,98 hectares. O número crescente de incêndios têm relação direta com as mudanças climáticas, que estão causando temperaturas levadas atípicas neste período do ano. Na última terça-feira (24), São Paulo registrou a máxima de 31,9°C, a maior do inverno de 2021.

Parque do Juquery

Um incêndio de grandes proporções matou animais e destruiu mais da metade do Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O fogo teve início no domingo (23) e, embora boa parte do incêndio tenha sido controlado após mais de 20 horas de trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros, ainda há focos a serem combatidos. Segundo a Prefeitura de Franco da Rocha, “o trabalho continua para combater todos os focos de incêndio”.

A causa do incêndio foi a queda de um balão. Em São Paulo, a soltura de balões é crime e pode ser punida com multa de R$ 10 mil, além de três anos de detenção. Isso porque o risco de queimadas, como a ocorrida no parque paulista, é grande e quando acontece não só destrói a flora, como causa extremo sofrimento aos animais, com casos de ferimentos graves e mortes, e também impõe risco à vida humana.

No domingo (23), cerca de 1.510 incêndios foram registrados na Região Metropolitana de São Paulo. Apenas no Parque do Juquery, foram cerca de mil hectares destruídos, o equivalente a aproximadamente mil campos de futebol. Ao UOL News, o major Marcos Palombo, do Corpo de Bombeiros, informou que não foram registradas vítimas humanas, mas a “flora e fauna foram as principais vítimas desse incêndio”.

O major aproveitou a ocasião para conscientizar a população sobre hábitos que ameaçam a natureza e precisam ser extintos. “Precisamos da ajuda das pessoas, porque foram causas humanas. Onde já se viu, um balão causar um incêndio desses. Ou uma bituca de cigarro que se joga do carro pela estrada. Não se pode fazer isso agora, estamos em uma época de estiagem”, asseverou.

Uma força-tarefa com 90 militares do Corpo de Bombeiros, mais de 100 profissionais da Defesa Civil e brigadistas voluntários atuaram no combate ao fogo, que contou ainda com o apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar (PM). Ainda na noite de domingo (22), seis baloeiros foram presos pela polícia, mas ainda não se sabe se eles têm ligação com o incêndio no Parque do Juquery. Todos foram liberados após pagamento de fiança.

Para o ativista Mario Mantovani, da ONG SOS Mata Atlântica, trata-se de uma tragédia. “Estamos vendo uma situação grave, porque São Paulo precisa dessas áreas verdes. Temos 8ºC de temperatura de diferença das áreas com verde, como nos Jardins, em comparação com outros lugares, como a Zona Leste. Temos de ter muito cuidado com elas”, disse ao UOL News.

O estrago causado pelo fogo foi tamanho que moradores da região de Franco da Rocha, da capital paulista e de municípios do ABC relataram um céu alaranjado no domingo e uma grande quantidade de fuligem que causou uma espécie de “chuva de cinzas”.

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