Depois de uma batalha de dois anos travada pelo secretário de Meio Ambiente, Luiz Carlos Marcon, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autorizou a transferência de cerca de 400 capivaras que vivem no entorno do Lago Municipal de Cascavel, no PR. Os animais serão levados para a área indígena de Rio das Cobras, localizada no município de Nova Laranjeira.
De acordo com Marcon, o Ibama indicou algumas modificações no plano de manejo dos animais, entregue em junho do ano passado ao órgão. O documento irá conter de que forma será feita a transferência das capivaras, assim como o repovoamento na área indígena. “Para esse trabalho, vamos precisar de ajuda, por isso contamos com o apoio da Unioeste e do IAP [Instituto Ambiental do Paraná] e de outras entidades que possam nos auxiliar a melhorar esse plano”.
Animais doentes poderão ser sacrificados
O secretário adianta que os animais que não estiverem saudáveis poderão ser sacrificados. As capivaras ficararão numa espécie de quarentena para serem analisados. O objetivo é verificar a condição das capivaras e a presença de doenças, como a febre maculosa, uma infecção grave causada por uma bactéria que vive na saliva de carrapatos, parasitas externos geralmente alojados nas capivaras. “Vamos verificar se os animais têm algum tipo de doença que cause perigo a saúde pública. Se não apresentarem nada, serão transferidas. Caso contrário, o animal deverá ser sacrificado”, detalha Marcon, como se o tratamento para as doenças fosse algo a ser descartado.
Além de ser confeccionado o plano de manejo, a administração municipal irá elaborar um decreto para oficializar os trâmites. “Será um caminho longo, pois são oito famílias de capivaras que atualmente vivem no Lago, mas a nossa intenção é que esse trabalho seja finalizado até o fim deste ano”, explica Marcon.
A reprodução descontrolada das capivaras acarretou na superpopulação e na escassez de alimento para os animais. A pastagem a beira do Lago é insuficiente e, muitas vezes, as capivaras roem os troncos das árvores em busca de comida. Em outros casos, elas acabam ultrapassando os limites da região do Lago e acabam sendo atropeladas.
Com informações do Bonde
Nota da Redação: Animais doentes devem ser tratados, e não descartados para poupar o trabalho do poder público.