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RIO DE JANEIRO

Gato que caiu na Baía de Guanabara é adotado e homens envolvidos no resgate são homenageados

Uma idosa que soube do caso de maus-tratos contra o gato se comoveu e decidiu adotar o animal

21 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
5 min. de leitura
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Gato foi colocado em um caiaque após a queda (Foto: Reprodução/ TV Globo)

O gato que caiu na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, encontrou um novo lar. Uma idosa que soube do caso se comoveu com o sofrimento do animal, que sobreviveu ao risco de afogamento, e o levou para casa. O animal foi resgatado na última semana por dois homens que inicialmente acreditaram que ele havia sido arremessado de cima da ponte Rio-Niterói.

A versão de maus-tratos, no entanto, logo caiu por terra. Isso porque imagens de câmeras de segurança mostram o momento que o gato, que estava escondido no motor de um carro, cai de dentro do veículo. Em seguida, ele atravessa as pistas e, assustado, pula da ponte.

A história do animal é particularmente emocionante por conta dos diversos riscos sofridos por ele. Desde o momento em que ficou preso no motor de um carro em movimento, o gato já corria risco de se ferir e até mesmo de morrer. Depois, ao atravessar as pistas, novamente foi exposto ao risco de atropelamento – tendo, inclusive, escapado de se ferir gravemente enquanto motoristas se esforçavam para não atropelá-lo. Com a queda na Baía de Guanabara, o animal mais uma vez correu risco de morte, mas sobreviveu graças à ajuda do marinheiro particular Vagner Pinheiro e do professor Alexandre Duarte.

A dupla estava em caiaques quando percebeu que o gato havia caído na água. Rapidamente, Vagner e Alexandre se uniram para salvar a vida do animal. O ato heroico garantiu uma homenagem feita pela Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro.

“Só ouvi o barulho, e em seguida vi que era um gato. Ainda bem que chegamos logo. E poder estar aqui hoje recebendo essa homenagem é muito gratificante, melhor ainda é saber que o gato está vivo”, disse Vagner ao UOL.

Ao comentar o caso em entrevista ao G1, Vagner relatou ainda que, num primeiro momento, pensou que o barulho havia sido feito por uma gaivota, não por um gato. “Achei que era uma gaivota, que tinha mergulhado atrás de um peixe. Ouvi o barulho caindo na água. Quando olhei, vi o gato desorientado. Remei até ele para tirar da água. Ele estava bem cansado pois já tinha nadado um pouco. Se a gente não tivesse chegado até ele, teria a se afogado”, afirmou o marinheiro.

A ação de Alexandre também foi primordial para garantir a sobrevivência do animal. “Ele [Vagner] estava mais próximo do impacto do gato e ele estava com uma certa dificuldade em mantê-lo dentro do caiaque. Eu me aproximei e consegui transportar o gato do caiaque dele para o meu e levando o caiaque até a ilha”, relembrou o professor.

De acordo com Alexandre, o gato estava muito agitado e assustado. “Eu estava muito preocupado com ele. No retorno, que eu levo meia hora, com o gato eu levei três horas. Em um momento, o gato ainda caiu. E eu, com um problema físico, um acidente sofrido, não mexendo um braço, consegui resgatar o gato pela segunda vez”, relatou.

Após o resgate, o fato foi entregue à idosa que se prontificou a adotá-lo. Desde então, não se tem mais notícias do animal. Interessados em revê-lo, o Vagner e Alexandre procuram pelo gato.

Reconhecimento e repercussão

O resgate heroico do gato repercutiu nas redes sociais, alcançando pessoas de todo o Brasil que parabenizaram os esforços da dupla que garantiu que o animal sobrevivesse após cair na Baía de Guanabara. Com isso, veio também o reconhecimento por parte da Secretaria Estadual de Agricultura.

Responsável pela pasta, o secretário Marcelo Queiroz falou sobre a necessidade de reconhecer a ação de Vagner e Alexandre e abordou ainda a importância do trabalho realizado por protetores de animais. Ao comentar o caso, o secretário alertou ainda para os casos de animais que buscam refúgio no motor de veículos.

Alexandre e Vagner (Foto: Divulgação/ Governo do Rio de Janeiro)

“Isso é muito usual, a gente está em um período de frio no Estado do Rio de Janeiro. É muito comum que os gatos procurem lugares quentes. E nada mais quente que um motor ou uma parte interna de um carro. A dica que a gente vem divulgando é que é preciso verificar o veículo antes de dar a partida”, disse o secretário ao G1.

Além disso, para Vagner, o acontecimento envolvendo o gato deixou uma lição de vida. “A gente não sabia se ele tinha sido jogado ou se tinha caído. Depois do vídeo vimos que ele tinha caído sozinho. Temos que cuidar dos bichos e resguardá-los para que não aconteça mais isso”, reforçou.

Animais buscam abrigo em carros no inverno e no verão

Cachorros e gatos frequentemente buscam abrigo em carros, seja embaixo ou dentro deles. No calor, é comum que esses animais deitem embaixo dos veículos para buscar um local fresco, protegido por sombra. Durante os meses de frio, os casos de cães e gatos que entram embaixo de carros ou dentro do motor se tornam ainda mais frequente.

Isso porque o motor do carro é naturalmente mais quente que a parte externa, por ser fechado, e fica ainda mais quente logo após o veículo ser utilizado. Em muitos casos, entrar embaixo do automóvel ou dentro do motor é questão de sobrevivência para esses animais, que poderiam morrer de hipotermia – condição em que o corpo atinge uma temperatura perigosamente baixa.

Mas ao mesmo tempo em que esses locais podem garantir a sobrevivência dos animais, podem também condená-los à morte por meio de acidentes. Para protegê-los, o motorista deve estar sempre atento, especialmente ao deixar o carro na rua, onde o acesso para cães e gatos abandonados se torna mais fácil. Mas até mesmo dentro de quintais é possível que gatos busquem abrigo nos veículos devido à facilidade da espécie para pular muros.

Antes de dar partida, é recomendado que o motorista olhe embaixo do carro e abra o capô para garantir que não há nenhum animal nesses locais, evitando assim atropelamentos e outros acidentes.

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