Por Lobo Pasolini (da Redação)
Que o Big Brother Brasil é sintoma de uma sociedade doente, disso nós já sabíamos. O nível é tão baixo que nem mesmo o meio acadêmico parece se interessar nesse lixo cultural como um tema sociológico, como acontecia com as telenovelas no passado.
Com a vitória do cowboy Fael no final do BBB12, com os 92% dos votos, o público superou sua admiração por tipos desprovidos de ética em relação aos animais, embora isso esteja de acordo com o tipo de político que o brasileiro prefira eleger.
Aparentemente, Fael tem cara de bom moço, mas como todo mundo sabe as aparências enganam. O rapaz é membro do Clube do Laço, um esporte violento que aterroriza e machuca bezerros. Apesar de ser veterinário, ele é contra a castração de animais. Com o dinheiro que ganhou pretende explorar gado para fazer sua grana crescer. Ao que parece ele também disse que quando mais jovem roubava galinhas para matar na Semana Santa e uma vez embriagou um porco para que não gritasse ao ser roubado.
O fato do público ter ouvido de sua própria boca todas essas atrocidades e ainda assim votar nele como vencedor do BBB12 testemunha mais contra o público do que contra o cowboy. Fael de uma certa forma representa o brasileiro, que apesar de sua reputação de um povo caloroso e dócil, esse jeito de caipira inocente que o povo cultiva, esconde uma personalidade maliciosa e um desrespeito pelas regras básicas de civilidade.