Ao longo da última década, Hal Brindley e Cristina Garcia dedicaram-se a documentar a vida selvagem em seu quintal na Carolina do Norte por meio de armadilhas fotográficas. Embora rotineiramente capturassem imagens de esquilos, marmotas e coelhos, os gambás, conhecidos por serem animais noturnos, raramente apareciam em suas fotografias.

Entretanto, a sorte do casal mudou recentemente.

No mês de novembro, Brindley e Garcia, responsáveis pelo site Travel for Wildlife, conseguiram registrar um gambá macho em ação, preparando uma toca dentro do buraco de uma marmota. Durante duas noites distintas, o gambá foi flagrado diante da armadilha fotográfica, exibindo seu rabo envolto em um volumoso feixe de folhas secas. Na segunda noite, os observadores registraram o momento em que o animal adentrava a toca de marmota, ainda carregando as folhas consigo.

“Obter comportamentos raros é a nossa maior emoção quando usamos armadilhas fotográficas… provavelmente o equivalente em nossa casa a assistir futebol”, compartilhou Brindley com o The Dodo.

Este peculiar gambá, que demonstra um hábito peculiar de coletar folhas, não estava sozinho em suas incursões noturnas. Logo após levar as folhas para sua toca, um segundo gambá, possivelmente uma fêmea, seguiu o mesmo caminho.

“A fêmea chegou em casa cerca de uma hora e meia depois dele, quando ele já havia terminado de arrumar a cama”, relatou Garcia. “Ela gosta de dormir até tarde porque geralmente sai mais tarde que ele e chega em casa mais tarde.”

Agora cientes da presença dos gambás, Brindley e Garcia mantêm suas câmeras voltadas para a toca compartilhada, provavelmente ocupada também por uma marmota.

“As marmotas criam [um] habitat importante com suas tocas, e as vimos compartilhando tocas com vários gambás e, ocasionalmente, com coelhos em nosso quintal”, destacou Brindley. “As marmotas saem durante o dia e os gambás trabalham no turno da noite.”

O casal alimenta a esperança de, eventualmente, testemunhar o nascimento de filhotes de gambá, embora a incerteza persista quanto ao momento desse acontecimento.

“[Os gambás] têm uma longa temporada de reprodução, de janeiro a julho, com pico por volta de fevereiro a março”, explicou Brindley. “A única maneira de sabermos com certeza é fazer um vídeo com os bebês nas costas.”

Para Brindley, capturar esse comportamento seria o “Santo Graal da captura fotográfica de gambás”.

“Amamos nossos gambás”, declarou Brindley. “Eles são nossas criaturas favoritas no quintal. Em nossos anos de captura fotográfica em nossa propriedade, documentamos pelo menos 12 espécies de mamíferos, de martas a ursos-negros, mas os gambás sempre nos fazem sorrir.”