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ESTÁGIO CLIMÁTICO

Furacão Ian: como sua categoria é definida? Qual é a ciência por trás?

Independentemente da categoria, a Nasa explica que ciclones tropicais que se formam no Oceano Atlântico ou no leste do Oceano Pacífico são todos chamados de furacões, e que todos se formam da mesma maneira

30 de setembro de 2022
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27.set.2022: Furacão Ian já causa alagamentos em Cuba; Na foto, a província de Pinar del Rio, em Consulacion del Sur, na manhã de hoje          Imagem: REUTERS/Stringer

Com ventos de mais de 200 km/h, o furacão Ian recentemente atingiu Cuba e segue para a Flórida, onde deve chegar nesta quarta-feira (28). Ele aumentou de intensidade e agora está na categoria 3 da classificação dos furacões — que chega até 5.

Mas o que quer dizer estes números? Qual a diferença entre as tempestades?

A escala para definir a intensidade de um furacão é chamada Escala Saffir-Simpson, criada nos Estados Unidos em 1970. Dividida em cinco categorias, ela considera a velocidade dos ventos e os danos que aquela tempestade pode causar — de forma similar ao que a escala Richter faz com terremotos.

O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos explica a divisão da seguinte forma:

  • Tempestade tropical: ventos de 63km/h a 118 km/h. É o estágio inicial em que um fenômeno climático começa a ser monitorado.
  • Categoria 1: ventos de 119 km/h a 153 km/h. Podem causar algum dano a telhados, árvores e rede elétrica. Possíveis inundações em zonas costeiras.
  • Categoria 2: ventos de 154 km/h a 177 km/h. São considerados extremamente perigosos e mesmo construções sólidas devem sofrer danos; é esperado perda total de energia e queda de árvores.
  • Categoria 3: ventos de 178 km/ a 208 km/h. Danos devastadores são esperados, com fornecimento de eletricidade e água possivelmente interrompido por dias, ruas e estradas bloqueadas por queda de árvores, e construções como casas e galpões devem sofrer danos extensivos como perda total de telhados, janelas e portas.
  • Categoria 4: ventos de 209 km/h a 251 km/h. Danos catastróficos são esperados, inclusive pedido de evacuação da população da área, queda de energia que pode durar meses, inundações que podem isolar áreas residenciais, e danos estruturais significativos.
  • Categoria 5: ventos de 252 km/h ou mais. Danos catastróficos e possivelmente imensuráveis. Todas as medidas de segurança e problemas mencionados nas categorias anteriores são considerados como certos na categoria 5.

O furacão Katrina, que causou US$ 117 bilhões de dólares de prejuízo e matou mais de 1.800 pessoas em 2005, era da categoria 5. O outro furacão mais devastador da história dos EUA foi o Harvey, categoria 4, em 2017. Foram mais de US$ 62 bilhões em prejuízo. No mesmo ano, a região foi afetada por outros dois eventos de nível 5: Irma e Maria.

Como os furacões se formam?

Independentemente da categoria, a Nasa explica que ciclones tropicais que se formam no Oceano Atlântico ou no leste do Oceano Pacífico são todos chamados de furacões, e que todos se formam da mesma maneira.

Todos eles usam ar quente e úmido como “combustível”, e é por isso que só se formam em águas de oceanos quentes perto da linha do Equador. Conforme o ar quente sobe, cria uma área de baixa pressão perto da superfície. Ar de superfícies próximas com maior pressão começam a pressionar a área de menor pressão, criando um ar “novo” e o deixando quente, fazendo com que ele também suba.

Conforme o ar quente resfria, ele forma nuvens e todo o sistema de nuvens e ventos começa a girar, influenciados pelo calor e água evaporando do oceano.

Tempestades que se formam ao norte do Equador giram em sentido anti-horário, enquanto as tempestades ao sul do Equador giram no sentido horário. Conforme a tempestade gira mais e mais rápido, forma-se um olho no centro, com pressão bem baixa.

Missão da Nasa adiada por causa do furacão

A expectativa dos especialistas é que o furacão Ian chegue ao norte de Tampa Bay ou Panhandle (ambas no estado da Flórida) no início da sexta-feira. Em antecipação à chegada da tempestade na região, a NASA decidiu retirar o foguete da missão Artemis 1 da plataforma de lançamento, no Centro Espacial Kennedy, também localizado na Flórida. O lançamento estava previsto para terça (27).

O SLS (Sistema de Lançamento Espacial) e a cápsula Orion ficarão guardados em um galpão até novembro, quando deve acontecer o lançamento. Isso porque a próxima data cogitada pela NASA, 2 de outubro, já está descartada.

A decolagem agora já acumula três adiamentos. Anteriormente, a Agência já havia tentado lançar o SLS em 29 de agosto e 3 de setembro, mas teve problemas técnicos.

Fonte: tilt uol

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