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Fundador da Sea Shepherd testemunha em Tribunal nos EUA

11 de novembro de 2013
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(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Paul Watson, fundador da Sea Shepherd Conservation Society, testemunha em Tribunal nos EUA.

O ativista ”fugitivo” e conhecido mundialmente por enfrentar os navios baleeiros japoneses na Antártida, prestou depoimento em um tribunal de apelações dos EUA na última semana, com a esperança de convencer a comissão de que nem ele e nem a organização ao qual ele fundou tenha violado uma ordem que exigia deixar os baleeiros japoneses em paz.

Paul Watson, fundador da Sea Shepherd Conservation Society, depôs em uma audiência de desacato localizada em Seattle.

De cavanhaque branco e com os seus 62 anos, Paul, descreveu a sua história de ativismo ambiental e elogios. Relatou também que passou o ano passado inteiro no mar. Ele fugiu da Alemanha em 2012 depois do pedido de prisão emitido pelo governo da Costa Rica. Já o Japão continua a buscar a sua detenção relacionada com a sua interferência a um navio baleeiro em 2010.

“No ano passado houve muita negociação em níveis diferentes, o que permitiu que eu viesse à terra,” disse Paul em resposta a uma pergunta de seu advogado. Paul Watson não entrou em detalhes e permaneceu incerto se ele ainda pode enfrentar a prisão.

O caso faz parte de uma longa luta entre os manifestantes da Sea Shepherd e a frota baleeira Japonesa ao qual mata cerca de 1.000 baleias por ano, conforme é permitido pela Comissão Baleeira Internacional. O Japão tem permissão para caçar os animais para fins de pesquisa e não para fins comerciais, mas mesmo assim a carne de baleia é vendida livremente no mercado japonês ao qual os críticos dizem que essa é a verdadeira razão para a caça.

Durante vários anos a Sea Shepherd tem operado diversas campanhas anti-caça à baleia no Oceano Antártico. Ativistas a bordo de seus navios lançam ácido e bombas de fumaça contra os baleeiros japoneses e em algumas vezes arrastam cordas na água para danificar as hélices dos navios caçadores. Eles alegam já terem salvo milhares de baleias.

Em dezembro do ano passado pouco antes da temporada de caça às baleias começarem, o 9º Circuito do Tribunal de Apelações dos EUA, ordenou ao capitão Paul Watson e a Sea Shepherd Conservation Society que atue “em conjunto” com eles mantendo 500 metros de distância dos navios baleeiros japoneses.

Os baleeiros japoneses argumentaram que a organização tenha violado essa ordem 10 vezes consecutivas no início deste ano, havendo incidentes ao qual incluíram na ação de abalroar deliberadamente um navio de combustível japonês através dos seus navios de protesto. Os japoneses pediram ao tribunal para impor multas de US$100.000 para cada infração, e ainda sugeriu que o tribunal dispensasse essas multas caso os ativistas parassem de confrontar os seus navios.

Em resposta à liminar, a Sea Shepherd Conservation Society disse que retirou qualquer participação na campanha anti-caça às baleias e que o Capitão Paul Watson não faria mais parte da organização. Em vez disso, Watson e a Sea Shepherd responderam, temos um primo muito próximo, ao qual é a Sea Shepherd da Austrália e a partir de agora eles estão assumindo a organização e como todos sabem, a Sea Shepherd Austrália não está sujeita à qualquer ordem partida do tribunal devido a jurisdições internacionais.

A audiência em Seattle que começou na semana passada, tem como objetivo, em parte, determinar se a organização australiana realizou o protesto contra os baleeiros japoneses em conjunto com a Sea Shepherd Conservation Society (sede principal). Os baleeiros argumentam que a distinção entre a Sea Shepherd Conservation Society e seu homólogo australiano é em grande parte fictícia: A Sea Shepherd Conservation Society tinha gasto cerca de 2,5 milhões dólares se preparando para a intervenção contra os baleeiros, incluindo o custo do combustível e das tripulações dos navios ao qual eventualmente foram utilizados no mesmo protesto da Sea Shepherd Australiana.

Paul Watson cujas suas façanhas foram destaque no Animal Planet, através do reality show “Whale Wars”, insistiu em dizer que era importante para ele cumprir a liminar -, mas, quando o mandado de segurança foi emitido, Watson já estava a bordo de um dos navios intervencionistas da Sea Shepherd. Watson disse também que permaneceu apenas como observador.

Ele também argumentou nesta quarta-feira durante o tribunal, que, embora a liminar tenha ordenado aos manifestantes da Sea Shepherd a manterem 500 metros de distância dos baleeiros japoneses, não fora dito nada sobre os baleeiros japoneses virem a menos de 500 metros de nós.”

O Capitão Paul Watson fugiu da Alemanha no ano passado, após ser preso a mando do governo da Costa Rica ao qual está perseguindo-o em um mandado que o alega ter ameaçado um grupo de pesca em 2002. Ele disse que acredita que a prisão foi feita sob pressão do Japão, e que, eventualmente, teria sido extraditado caso tivesse permanecido na Alemanha.

Jeff Hansen, diretor da Sea Shepherd Austrália, declarou na última terça-feira que a sua organização não trabalha mais em conjunto com o grupo da Sea Shepherd norte-americana logo após a liminar ser emitida pelo tribunal. Ele disse também que não acredita que os tribunais dos EUA tenham jurisdição sobre as águas internacionais – “Com todo o respeito, é claro”, disse o tribunal.

Jeff prometeu que não importa o que as regras do tribunal dos Estados Unidos digam, a sua organização, Sea Shepherd Austrália, vai fazer como sempre fez, iremos avançar com planos para desafiar a frota baleeira japonesa já no início do próximo ano.

“Estamos apenas respondendo aos nossos clientes que são as baleias”, disse Jeff Hansen diretor da Sea Shepherd Austrália.

Fonte: The Brasil Leaks

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