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Fuga de cães devido aos fogos quase dobra em ONG

30 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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Muita gente já está na contagem regressiva para o fim de 2013 e na hora da virada vai caprichar na queima de fogos. As luzes e o barulho fazem o coração bater mais forte, seja pela emoção ou pelo pavor. O efeito dos estouros para os cães e também outras espécies de animais normalmente não é positivo. Segundo o Grupo de Assistência e Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente (Gapa-ma), ONG de Petrópolis, Região Serrana do Rio, o número de cachorros perdidos nas ruas aumenta, em média, 40% nesta época. O índice é decorrente das fugas praticadas por cães em desespero.

A descarga de adrenalina faz com que eles utilizem toda a capacidade física para pular muros e portões que normalmente não seriam capazes. Ao tentar fugir, o cachorro pode se machucar gravemente. A aposentada Regina Tavares, de 72 anos, passou por uma situação pela qual nunca imaginou. O Vig, da raça bichon frisé, saltou do carro em movimento por conta de um rojão. “Ele é da minha filha e estava acostumado a ir na janela, mas o barulho o assustou e ele se jogou. Parei alguns metros à frente e retornei. Depois de um tempo consegui encontrá-lo sem ferimentos graves”, lembra.

Segundo o presidente do Gapa-ma, Carlos Eduardo Pereira, que há oito anos atua na cidade, os pedidos de ajuda para reencontrar cachorros perdidos aumentam muito nos meses de dezembro e janeiro. A ONG mantém, inclusive, um espaço no site destinado aos perdidos. Nela as pessoas divulgam os casos, o que costuma dar bons resultados. “A melhor coisa a fazer é anunciar pelas redes sociais e por meio de cartazetes afixados em clínicas veterinárias, pet shops e comércio em geral”, aconselha o voluntário. Ele lamenta o fato de que algumas pessoas, por não quererem assumir responsabilidades, acabam deixando os animais na rua. O abandono é crime previsto na Lei Federal 9.605.

Cuidados necessários

Mas com cuidado e dedicação é possível evitar o sofrimento para a família e para o cão. “As cercas do terreno devem ser revistas e os pontos fracos reparados”, orienta Carlos Eduardo. Ele acrescenta que no caso de cães mais sensíveis aos fogos é preciso buscar a orientação de um veterinário. “Há situações que pedem a administração de um calmante”, aponta o voluntário do grupo. A melhor ou ainda a única solução para os mais assustados é ficar dentro de casa com janelas e portas fechadas. Um som com música mais alta, de preferência um ritmo não agitado, pode ajudar a encobrir o barulho do foguetório.

A veterinária Maria Beatriz Pellegrini recomenda atenção com os detalhes. Segundo ela, “prender o cachorro na corrente leva ao risco de enforcamento. O acesso à piscinas e lagos também é perigoso, pois o animal pode se afogar”. A especialista acrescenta que objetos cortante, o que inclui itens da decoração da casa, podem se transformar em armas na hora do desespero. “É preciso pensar que eles perdem a razão e utilizam o que estiver pela frente para tentar se proteger, ainda que o resultado seja o oposto”, destacou a veterinária, citando vidraças, vasos de cerâmica e até cadeiras como exemplo.

A identificação por meio de coleiras que tenham o telefone e o endereço de contato do tutor não previnem a fuga, mas ajudam no reencontro. A medida é considerada essencial por Maria Beatriz e Carlos Eduardo. “Todo cachorro deveria usar. A coleira com a plaquinha precisa conter dados como o nome do animal, do tutor e o telefone de contato. Ela não causa nenhum desconforto e pode ser decisiva”, afirma a veterinária, que alerta: “o sedativo deve ser prescrito pelo profissional, pois cada medicamento tem seu tempo de duração de efeito e a dose depende do peso e do histórico do animal”.

Fonte: CBN

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