Para os torcedores, assistir ao Brasil na Copa, como no jogo desta sexta-feira (9) contra a Croácia, é uma alegria. Já para quem tem um animal, esse pode ser um momento bem estressante. Muitos animais se machucam seriamente por causa do barulho.
Fabiana Torres tem em Theo um fiel escudeiro. O cachorro está com ela em todos os momentos e durante as partidas não seria diferente. Ele curte a bagunça e é um dos poucos animais que não se incomodam com o barulho das comemorações. Isso é resultado de anos de cuidado e de treinamento da Fabiana, que está com ele desde os primeiros dias de vida. “A gente procura ficar bem tranquilo para não passar nenhum medo para ele, para ele saber que não tem nenhum perigo.”
Já Urso, o yorkshire de Tatiane Custódio Alves sofre demais com os fogos e até se machucou no segundo jogo do Brasil. Por causa do barulho, Urso pulou o muro do quintal e quebrou a patinha direita. “Ele ficou agitado com os fogos tentou se refugiar e aí pular o portãozinho do quintal para se esconder no fundo do quintal. A gente não sabe se ele ficou preso ou foi ele pulando e quebrou a patinha”, conta a balconista Tatiane Custódio Alves.
Agora, ele precisa passar por uma cirurgia, mas a Tatiane não tem como pagar clínicas veterinárias particulares e procurou o centro de bem-estar animal da Prefeitura. “Particular ficou muito caro, ficou R$ 3,6 mil. A gente recebeu muitas mensagens para gente tentar procurar o público em uma clínica que fica do lado da zoonoses. E a gente está tentando lá, fazendo os exames e ver se ele vão conseguir fazer a cirurgia.”
A ONG Grupo Fera de Mogi das Cruzes acompanha de perto a situação dos animais que sofrem quando as pessoas soltam fogos de artifício.
“A gente percebe um aumento muito grande de animais que se perderam, que são atropelados inclusive em via pública, porque eles se assustam com os fogos. Muitas vezes o tutor não está em casa ou até mesmo com os tutores em casa e acabam se perdendo. Aumentou em torno de cinco vezes no último jogo do Brasil o número de pedidos de ajuda para divulgar animais perdidos”, explica Fernanda Moreno que é presidente da ONG Fera.
Para ajudar, eles divulgam fotos dos animais perdidos nas redes sociais da ONG. Desde o ano passado, a queima e a comercialização de fogos de artifício são proibidas no Estado de São Paulo. A legislação só permite que sejam soltos fogos sem estampidos, ou seja, os que tem somente efeitos visuais.
“Os gatos se assustam e se escondem, mas os cães eles têm uma percepção de som muito maior que o ser humano. Eles ouvem seis vezes mais. Então, imagina o que para a gente já incomoda para eles acaba sendo um barulho ensurdecedor. Eles ficam desesperados. Muitos têm ataque do coração, alguns têm ataque epilético. Tem animais que se machucam, se mutilam, machucam as unhas arranhando portas. É um problema muito sério que a gente que lida com a causa animal, a gente vê casos muito tristes em relação ao final do ano e na Copa aumento o desespero dos tutores por causa dos fogos.”
Fonte: G1
