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CATIVEIRO

Filhotes de onça-parda morrem no Parque Zoobotânico de Teresina (PI)

A SEMAR informou que os filhotes "não resistiram e vieram a óbito" por terem nascido com má formação e por terem sido rejeitados pela fêmea, o que teria tornado "a sobrevida deles ainda mais frágil"

5 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Filhote de onça-parda (Foto: Divulgação/PMA/Campo Grande News/Imagem Ilustrativa

Dois filhotes de onça-parda morreram na última semana no Parque Zoobotânico de Teresina, no Piauí. Nascidos no dia 29 de setembro, os animais sofriam de má formação congênita e foram rejeitados pela mãe, o que os colocou em condição de vulnerabilidade ainda maior.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (SEMAR), os filhotes, que pertencem à segunda maior espécie de felino do Brasil, morreram no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Por meio de nota, a SEMAR afirmou que os filhotes “não resistiram e vieram a óbito” por terem nascido com má formação e por terem sido rejeitados pela fêmea, o que teria tornado “a sobrevida deles ainda mais frágil”.

De acordo com a pasta, todas as providências necessárias foram tomadas junto do Hospital Universitário Veterinário da UFPI, “mas infelizmente os filhotes não reagiram ao tratamento recebido”.

“A SEMAR esclarece ainda que todos os animais do Zoológico são alimentados e medicados de forma adequada durante todo o ano, mesmo no período da pandemia”, conclui a nota.

Transferência de animais para santuários

Uma audiência pública realizada no final de agosto na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi) discutiu a possibilidade dos animais silvestres mantidos em cativeiro no Parque Zoobotânico de Teresina serem transferidos para santuários, onde poderão desfrutar de mais qualidade de vida.

O assunto se tornou pauta na capital do Piauí desde julho, quando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) anunciou que retiraria os animais do zoológico para levá-los para diferentes santuários espalhados pelo país. Na ocasião, a pasta informou que a transferência objetivava garantia maior bem-estar às espécies.

O projeto da Semar inclui uma mudança no Zoobotânico que, segundo a pasta, teria como foco ressignificar o parque, por se tratar de um espaço que, embora mantenha os animais em recintos, não é ideal para abrigá-los.

Disposto a contribuir com o tema, deputado estadual João de Deus (PT-PI) decidiu, então, propor a audiência pública. Segundo ele, o objetivo do debate é “saber qual é a proposta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente” para depois “ouvir a sociedade civil organizada pra tentar encontrar o melhor encaminhamento possível”.

Participaram da audiência integrantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), da Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc), do Ministério Público do Piauí (MP-PI), da Rede Ambiental do Piauí (Reapi), do Movimento Salve o Zoo, dos Centros Acadêmicos de Medicina Veterinária e de outros cursos das Universidades Federal e Estadual do Piauí.

Justiça suspende transferência

No mês de agosto, a Justiça suspendeu a transferência dos animais que vivem no Parque Zoobotânico de Teresina. Em caráter liminar, o juiz Aderson Antônio Brito, da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Teresina, determinou a suspensão da liberação e transferência dos animais, que deveria ter sido iniciada a partir de 28 de julho, data estabelecida pela Secretaria de Meio Ambiente (Semar).

Na decisão judicial, Brito determinou que sejam realizadas perícias técnicas para verificar as condições da transferência dos animais e exigiu que os trabalhos envolvam profissionais qualificados, como médicos veterinários, zootecnistas e biólogos. A liminar concedida pelo magistrado será válida até que as análises solicitadas sejam apresentadas, o que manterá a suspensão da transferência dos animais.

“A intenção da medida de liminar não é obstar uma eventual transferência dos animais do Parque Zoobotânico, se assim for melhor, mas sim buscar o mais adequado interesse em favor dos animais, garantindo que sejam adaptados ao melhor local para sua sobrevivência”, considerou o juiz.

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