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Filhotes de gambá adotados são soltos na natureza em Bauru (SP)

1 de novembro de 2011
3 min. de leitura
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A veterinária Lívia Silveira Comelli, 26 anos, devolveu os filhotes à natureza. Foto: JC

Exatamente um mês e 22 dias após serem acolhidos, 11 filhotes de gambás, órfãos depois da morte da mãe, voltaram ao ambiente de origem. Eles foram encontrados e assistidos pela veterinária Lívia Silveira Comelli, 26 anos, que os soltou na manhã de anteontem, em uma reserva ambiental localizada entre Agudos (a 13 quilômetros de Bauru) e Borebi.

Na clínica veterinária onde trabalha em Agudos, desde maio deste ano, Lívia mostra o local onde os pequenos gambás foram encontrados. “Eu os encontrei no fundo da clínica. É comum aparecerem gambás já adultos por aqui porque tem um pé de amora em um terreno dos fundos e é uma fruta que eles adoram. Neste dia, uma vizinha já tinha avisado que tinha uma “ratazana” encima do telhado da clínica. Ela achou que era rato, mas quando vimos, era um gambá”, contou.

Lívia, então, foi até o fundo do estabelecimento, onde tais animais costumam ficar quando adentram o local. Ouviu barulhos e mexeu em alguns entulhos que estavam no quintal.

“Nós estávamos tirando algumas coisas daqui porque a casa é alugada. Então vi que havia algo embaixo dos entulhos. Até achei que a mãe estava se fingindo de morta porque é comum fazerem isso para se defender. Mas ela estava realmente morta e os filhotes ainda estavam dentro do marsúpio, uma bolsa que as fêmeas têm, assim como os cangurus”.

Sensibilizada, Lívia resolveu adotar os 11 filhotes e não acreditou que eles pudessem sobreviver. Estudou, recebeu ajuda de amigos e conseguiu que os pequenos gambás crescessem a ponto de estarem aptos a voltar ao habitat natural. “Esses gambás não transmitem doenças, não têm mau cheiro e possuem hábitos noturnos. Quando adultos, andam sozinhos ou em casais”.

Experiência

Lívia já tinha experiência com animais silvestres por ter trabalhado em um horto na cidade de São Vicente, Litoral de São Paulo. Entretanto, cuidar de gambás foi inédito para ela. “Eu quase criei hábitos noturnos também. Eles ficavam no meu quarto ou no quintal da minha casa, quando eu os soltava para andarem um pouco”, disse aos risos.

Depois de aprenderem a comer frutas diversas, insetos, carne e ovos sozinhos, além de atingirem peso e tamanho para sobreviverem, era hora de devolvê-los à natureza. Na manhã de ontem, Lívia, os soldados Márcio Rogério Nascimento Astolfi, Marcelo Hanshkov e Lierson do Amaral Fernandes da Polícia Militar Ambiental de Bauru e membros da Organização Não Governamental (ONG) Naturae Vitae, participaram da soltura.

“Deixamos até um kit de sobrevivência para eles nestes primeiros dias com insetos, frutas e ovos até que eles possam se alimentar sozinhos. Aqui é um paraíso para eles. Vai dar tudo certo. A missão está cumprida. Só quero agradecer a todos que me ajudaram: amigos, veterinários, Polícia Militar”, finalizou emocionada.

A PM Ambiental pede para que a população não pegue estes animais sem auxílio de um profissional. Os gambás não oferecem riscos, mas costumam fazer menção de ataque quando intimidados. Caso um animal como este seja encontrado em ambiente urbano, o mais correto é acionar a PM Ambiental através do telefone 190 ou 3203-2700.

Fonte: JC Net

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