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Famílias falam da emoção de reencontrar seus animais desaparecidos

11 de dezembro de 2010
5 min. de leitura
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Por Camila Turtelli

Para muitos, perder um animal dói tanto quanto perder um integrante da família. Quando o bicho ainda fica desaparecido, sem que os tutores saibam se ele está morto ou vivo, saudável ou com frio, com fome ou com uma nova família, o desespero é maior ainda.

A esperança de quem se encontra em uma situação ganhou novo fôlego depois da notícia que rodou o mundo durante essa semana sobre um gatinho que sumiu na passagem do furacão Katrina, nos EUA, e cinco anos depois foi encontrado por sua família.

Scrub desapareceu durante a passagem do furacão que provocou estragos na costa sudeste dos Estados Unidos. Felizmente, o gatinho tinha um microchip implantado e uma entidade de  animais do Mississippi conseguiu identificar os tutores do gato mesmo depois de tanto tempo.

Onde está o Chico?

Final feliz para o gato Chico, que viveu uma história que começou cheia de mistério e tensão (Foto: Cristiano Zanardi/Agência BOM DIA)

Guardadas as devidas proporções temporais, Michele do Vale  ruggner, 29, e Herbert Melo Bruggner, 51, passaram por uma situação parecida, em Bauru (SP). O casal não tem filhos. Em compensação, tem quatro gatos e um cachorro lhasa, o saltitante Romeu, de 2 anos. Os felinos vira-latas Pingo e Banjo são irmãos e foram adotados por Michele quando ela os encontrou ainda filhote na rua. O bichano Pelé também é sem raça definida.

Chico é o único de raça, ele é exótico e entrou para a família há 3 anos, quando o casal procurava casas para alugar. Acabaram se apaixonando pelo gatinho. Desde então, Chico foi o xodó da casa. Acompanha Michele em todas as atividades e até toma café- da-manhã com o casal. Caseiro, nunca pulou o muro. Porém, um belo dia, por um descuido, o gato acabou ficando para fora de casa durante a noite e foi então que Chico deve ter saído para explorar a rua e acabou se perdendo de casa. Michele sentiu falta do gato logo pela manhã, quando chegou para tomar café.

Saiu à rua com o marido chamando Chico e batendo de casa em casa, na esperança de que  os vizinhos tivessem qualquer notícia, mas nada. “Minha preocupação era  principalmente com essas pessoas que não gostam de gato e que poderiam fazer algum mal para ele”, lembra Michele.

A semana passava e nenhum miado. “Eu ia chorando para o trabalho, bem chateada, e muitas pessoas não entendiam o que eu estava passando. Poxa, eu cuido dele desde pequeno, é meu companheiro”. A busca não cessava, de manhã cedo ou tarde da noite, o casal saía para procurar por Chico. Mas chegou em um ponto em que Michele já  havia perdido as esperanças.

“Me disseram que até com sete dias de desaparecimento é comum o gato voltar”, mas já fazia duas semanas que eles não viam o felino. O casal, então, foi orientado a colocar um anúncio de desaparecido no site da 94FM (www.94fm.com.br/pet) e foi quando as pistas começaram a aparecer. “Muita gente ligou falando que tinha visto ele aqui e ali, ligaram até pra falar de gato que não era o Chico na verdade”, conta Herbert. Mas a medida teve efeito enfim, quando, depois de ligaram para Herbert dizendo que Chico estava a salvo, encontrado e em uma clínica veterinária. Ele correu para lá, reencontrou o amigo e o levou para casa. Michele chegou do trabalho e sem saber de nada viu seu companheiro no aconchego de casa. “Foi uma das maiores felicidades que eu já senti na minha vida”, diz.

O casal agora redobrou os cuidados com as portas da casa e Chico, hoje, ganha ainda mais carinhos e cafunés do que antes.

E agora, meu gato sumiu?!

Perder seu animal é realmente uma sensação horrível. Eu sou doida pelos meus gatos, o Quinho e a Pulguinha, e trato eles como filhos. Recentemente, tomei um belo susto que durou exatamente sete dias. Quinho é um gato muito manso e assustado. Nasceu em casa e de lá nunca saiu. Tem medo de caminhão, gente estranha e nunca  coloca a patinha na rua. Até que um dia sumiu. Procurei, andei, gritei, fiz de tudo e nada desse gato aparecer. No terceiro dia, eu estava em desespero total. Chorava, acordava no meio da noite achando que tinha escutado seu miado e saia pela rua para procurá-lo.

No quarto, não conseguia manter uma conversa normal com ninguém, só tinha a imagem do focinho do Quinho e sua cara de gato bobão na minha cabeça. No quinto, estava para desistir, já não tinha como: estava morto ou raptado e levado para Piratininga, Agudos, sei lá. No sexto, acordei com sentimento de culpa e achei que ele poderia estar em perigo e eu fazendo pouco para encontrá-lo. Então, produzi, de maneira caseira, mais de 500 panfletos de “desaparecido” e sai de porta em porta para distribuir.

No caminho, descobri que tem muita gente no meu bairro que gosta de gato e que de antemão já sabia do meu drama. Fui dormir cansada e desesperançada. No meio da madrugada, escuto minha gritar “Quinho!”, pulei da cama e o encontrei magro e faceiro no meio da sala. Corri abraçá-lo e sem nenhum miado, pude perceber que ele me dizia se sentir muito feliz por estar de volta em casa. Até hoje eu não faço ideia de que aventuras ele se meteu durante esses dias. Mas prometo, que assim que ele me contar, eu coloco tudinho no papel para quem quiser ler.

Fonte: Rede Bom Dia

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