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MEIO AMBIENTE

Eventos extremos mostram que mudanças climáticas causam preocupação na relação com a natureza

Com a intensificação dos eventos extremos, o monitoramento acaba se tornando um pouco mais complexo quando ocorrem situações sem precedentes

20 de abril de 2023
Por Estúdio News
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

As mudanças climáticas têm potencializado eventos extremos em diversas regiões do país, secas, chuvas e aumento da temperatura são uma preocupação para pesquisadores que ressaltam a importância de os seres humanos repensarem a forma como entendem e se relacionam com a natureza.

“Urbanizamos nossas cidades e investimos em processos de crescimento dos centros urbanos, considerando muito pouco a importância, a relevância de corredores ecológicos, de arborização urbana, de manutenção e preservação dos rios, córregos, nascentes”, destaca Gabriela Di Giulio, vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Gabriela Di Giulio diz que “até agora persistimos no modelo desenvolvimentista de uma relação bastante baseada na extração, no uso dos recursos naturais de uma forma bastante predatória e precisamos mudar esse paradigma e investir em uma relação com a natureza baseada no cuidado, no reconhecimento de que a natureza, a biodiversidade, os entes mais que humanos são tão importantes quanto nós”.
Com a intensificação dos eventos extremos, o monitoramento acaba se tornando um pouco mais complexo quando ocorrem situações sem precedentes e enviar alertas para as defesas civis para que se antecipem nem sempre é possível, pois os eventos que antes eram raros têm se tornado mais frequentes.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) possui tecnologia e infraestrutura para enviar alertas de desastres que podem ser causados por chuvas, como enxurradas, alagamentos, inundações e deslizamentos de terra.

O pesquisador em Mudanças Climáticas, Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação do Cemaden, Pedro Camarinha, explica que a todo momento eles têm dados a respeito de chuva, dados de satélite, de radares meteorológicos muito semelhantes aos utilizados para detectar aviões, que foram construídos na Segunda Guerra.

“Temos esses radares à nossa disposição para identificarmos onde existe chuva em tempo real, sensores espalhados pelo Brasil todo e tudo isso tem um custo alto, grande parte do Cemaden hoje em dia é focado só para manutenção dessa rede observacional que nos permite detectar esses eventos e junto com uma série de outras informações de vulnerabilidade, suscetibilidade das regiões, emitir esses alertas”, destaca Camarinha.

Gabriela salienta que “as mudanças climáticas devem ser compreendidas como a dimensão mais grave, urgente e profunda dessa crise socioambiental que enfrentamos desde o século passado, mas que se intensifica particularmente nessas duas décadas desse século”.

Fonte: R7

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