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Estudo revela que peixes sentem dor de forma similar aos mamíferos

24 de setembro de 2019
4 min. de leitura
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A análise se baseou em observação em campo do comportamento e reflexo dos peixes feridos e foi realizada por pesquisadores da Universidade de Liverpool, em Londres


 

Foto: FLPA/Colin Marshall/RE/Shutterstock
Foto: FLPA/Colin Marshall/RE/Shutterstock

Um estudo de observação em campo recente revela que os peixes sentem dor de uma maneira “muito semelhante” aos seres humanos, hiperventilam e param de comer quando sofrem, de acordo com os autores da pesquisa.

A análise do comportamento dos peixes, da Universidade de Liverpool, apresenta evidências de que os peixes dourados feridos por anzóis pararam de se alimentar por três dias, passando fome.

Um tipo de peixe de água doce chamado perca, ao ter a boca ferida por um anzol, para de se alimentar com tanta frequência, sugerindo que sente dor fazê-lo.

Os peixes também foram vistos hiperventilando, agitando caudas feridas e esfregando partes de seus corpos machucadas quando são feridos.

Essas evidências levaram os especialistas a sugerir que os peixes tem mecanismo de dor que são demonstrados por comportamentos documentados.

A Dra. Lynne Sneddon, autora da revisão do Instituto de Biologia Integrativa da Universidade de Liverpool, disse ao Daily Mail: “Quando sujeitos a um evento potencialmente doloroso, os peixes mostram mudanças adversas no comportamento, como suspensão da alimentação e atividade reduzida, que são suspensas quando é fornecido um medicamento para alívio da dor”.

“Quando os lábios do peixe recebem um estímulo doloroso, eles esfregam a boca contra a lateral do tanque, da mesma forma que esfregamos o dedo do pé quando o machucamos”.

“Se aceitamos que os peixes experimentem dor, isso tem implicações importantes na forma como os tratamos. Deve-se tomar cuidado ao manusear peixes para evitar danos à pele sensível e esse é um fator a ser considerado na pesca, que já que não pode ser impedida ainda, deve ser mudada”.

Ainda segundo o estudo todos os animais são capazes de detectar quando são feridos, mostrando um “breve reflexo” de se afastarem do que está causando a lesão.

Mas sempre existiu um debate sobre se os peixes sentem dor ou não, porque, diferentemente das pessoas, eles têm um cérebro anterior mais simples e em uma camada única.

O teste para determinar se um animal sente dor é se eles mudam seu comportamento a longo prazo, a tomada de decisões após uma lesão e se os analgésicos podem corrigir isso.

Foto: FLPA/Colin Marshall/RE/Shutterstock
Foto: FLPA/Colin Marshall/RE/Shutterstock

A revisão, publicada na revista Philosophical Transactions da Royal Society B, descobriu que quando a temperatura da água está mais quente que o normal o peixe-zebra não nada mais tão longe, mas que esse comportamento alterado desaparece quando a aspirina ou a morfina é adicionada à água.

O peixe-zebra e a truta arco-íris mostram reações semelhantes.

Há também evidências de que os peixes têm os mesmos receptores para dor no sistema nervoso que os humanos e mostram padrões semelhantes de “disparo” em suas células nervosas em resposta a ele.

No entanto, uma revisão semelhante, feita em 2013 pela Universidade de Wyoming, concluiu que é improvável que os peixes sintam dor, pois eles não têm uma estrutura de múltiplas camadas no córtex do cérebro como os humanos.

Elisa Allen, diretora da ONG PETA, disse: “Qualquer pessoa que tenha visto peixes ofegando sem ar enquanto presos na rede de uma traineira, presos por um anzol ou se debatendo no convés de um barco, certamente reconhecerá que esses animais sentem medo, dor e angústia – assim como os humanos.

“Os peixes são inteligentes, têm personalidades únicas e valorizam suas próprias vidas. Quanto mais aprendemos sobre esses animais fascinantes, mais difícil é para os humanos justificarem enfiar um garfo neles”.

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