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Estudo com armadilhas fotográficas flagra animais em 7 países

17 de agosto de 2011
3 min. de leitura
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A última edição da revista  “Philosophical Transactions of the Royal Society” traz o primeiro estudo mundial com uso de armadilhas fotográficas para registrar a passagem de mamíferos. Na pesquisa, foram documentadas 105 espécies em cerca de 52 mil imagens em sete áreas protegidas nas Américas, África e Ásia. Entre os animais flagrados há de um pequenino rato até um elefante africano, passando por gorilas, pumas, tamanduás – além de caçadores armados.

Armadilhas fotográficas são câmeras que, acionadas por um sensor, disparam na presença de um animal. O trabalho durou mais de dois anos e fez uso de 420 câmeras ocultas em diferentes habitats do mundo.  A análise dos dados fotográficos ajudou os cientistas a confirmarem que a destruição do habitat tem um impacto direto e negativo sobre a diversidade e a sobrevivência dos mamíferos.

Anta flagrada perto de Manaus no primeiro estudo global de armadilhas fotográficas para mamíferos. (Foto: TEAM Network/Divulgação)

O estudo, dirigido pelo cientista colombiano Jorge Ahumada, ecologista do grupo Tropical Ecology, Assessment and Monitoring (Team, na sigla em inglês) Network, da Conservação Internacional.

Para realizar a pesquisa, foram colocadas 420 câmeras em áreas protegidas do Brasil, Costa Rica, Indonésia, Laos, Suriname, Tanzânia e Uganda, sendo 60 em cada local estudado, que permitiram documentar 105 espécies.

Após analisar as fotos feitas entre 2008 e 2010, os cientistas classificaram os animais por espécie, tamanho corporal e dieta, entre outras características.

Gorila com filhote na floresta de Uganda. (Foto: TEAM Network/Divulgação)

Em seguida, determinaram que as áreas protegidas de maior extensão e as regiões de selva têm uma maior diversidade de espécies, tamanhos mais variados e animais que mantêm dietas mais diversas (insetívoros, herbívoros, carnívoros e onívoros).

“Os resultados do estudo são importantes, já que confirmam o que já suspeitávamos: a destruição dos habitats está matando – de forma lenta, mas sem dúvida – a diversidade de mamíferos de nosso planeta”, afirmou Ahumada em comunicado divulgado pela organização.

A Conservação Internacional ressalta que 25% do total das espécies de mamíferos está em perigo e, por isso, a pesquisa contribui de forma bastante significativa para o conhecimento científico a respeito de como as ameaças locais como a caça excessiva, a conversão de terras para a agricultura e a mudança climática afetam os mamíferos.

Espécie ameaçada de macaco na Indonésia. (Foto: TEAM Network/Divulgação)

“O que faz com que este estudo seja cientificamente pioneiro é que criamos pela primeira vez informação coerente e comparável dos mamíferos em escala global e estabelecemos assim uma linha de referência eficaz para avaliar a mudança”, explicou o comunicado.

O uso contínuo desta metodologia permitirá comparar as transformações na natureza e tomar medidas específicas para salvar os mamíferos.

Desde 2010, foram instaladas câmeras em novos lugares, o que ampliou a rede de acompanhamento a 17 pontos do Brasil, Panamá, Equador, Peru, Madagascar, Congo, Camarões, Malásia e Índia.

Fonte: G1

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