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Estilo de vida dos tutores contribui para obesidade dos animais de estimação

10 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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A SRD Pretinha, 11, vivia como uma rainha. Encontrada nas ruas da zona leste da capital, foi adotada pela administradora aposentada Ana Prizon. Levada para o sítio da família, em Cabreúva (78 km de São Paulo), a cadela costumava participar das confraternizações, em que as pessoas sempre davam um pouco do que comiam à cadela, segundo relata Ana.

Entre tira-gostos e afagos, Pretinha chegou a 31 kg, quando o peso indicado para seu porte é de 20 kg.

Em uma consulta ao veterinário, o diagnóstico era visível: obesidade. “Ela ficava ofegante e passava o dia deitada”, lembra a tutora.

Além da picanha nos fins de semana (condenada pelos veterinários), a cadelinha estava comendo muito mais que o recomendado também em dias úteis. Três vezes por dia, era servida de porções de 200 g de ração. “No total, ela comia mais de meio quilo e, às vezes, até repetia”, diz Ana.

O remédio contra o excesso de peso foi a adoção de uma dieta controlada. Pretinha passou a ingerir no máximo 200 g diários de ração, divididos em várias porções pequenas ao longo do dia para aumentar a sensação de saciedade.

Por recomendação veterinária, começou a fazer todos os dias caminhadas leves durante 15 minutos. Em companhia da tutora, anda por uma pracinha próxima de casa, no parque São Lucas, zona leste.

O sobrepeso da cadela mudou os hábitos da casa. Ana conta que não permite que Pretinha fique na sala de jantar durante as refeições. Nessas horas, a deixa trancada na área de serviço.

Para evitar ceder aos apelos do animal, a administradora também baniu lanchinhos entre as refeições. “Foi uma mudança radical. Tenho o peso adequado, mas faço dieta pela minha cachorra”, afirma.

A obesidade em animais de estimação é cada vez mais comum. Segundo a professora Márcia Jericó, diretora do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi, no Brasil, 17% dos cães estão bem acima do peso. Nos EUA, esse índice chega a 44%. “É uma doença moderna que avança rapidamente. Está diretamente relacionada ao estilo de vida nos centros urbanos.”

Assim como nas pessoas, vários fatores contribuem para a obesidade animal: predisposição genética, sedentarismo e alimentação inadequada. Algumas raças estão mais sujeitas ao acumulo de gordura, como os labradores, pugs, buldogues e poodles.

“Tutores desses cães têm que estar conscientes de que seus animais precisam de maior quantidade de exercícios físicos e alimentação regrada”, explica o veterinário Mário Marcondes, do Hospital Sena Madureira.

No caso de Pretinha, a castração a que foi submetida logo após a adoção também contribuiu para o ganho de peso. Cães castrados apresentam o dobro da probabilidade de se tornarem obesos, especialmente as fêmeas. Elas deixam de produzir hormônios que atuam na inibição do apetite, e passam a comer mais.

“A obesidade decorrente da castração é facilmente evitada. Basta que o animal coma na medida certa e seja estimulado a se exercitar”, diz Mário. Existem no mercado rações próprias para animais castrados, com teor calórico mais baixo que as tradicionais.

Fonte: ODocumento

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