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NOVA CONSCIÊNCIA

Espécie rara de tartaruga que era usada para fabricar joias no passado é protegida em Florianópolis (SC)

24 de maio de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Lucas Amorelli, DC

O Dia Mundial da Tartaruga foi celebrado nessa quinta-feira (23). A data tem como objetivo promover conhecimentos e conscientizar a população sobre a importância de preservar os animais que estão criticamente ameaçados de extinção. Quem realiza esse trabalho em Santa Catarina é o Projeto Tamar, localizado na Barra da Lagoa, em Florianópolis, que mantém uma espécie rara conhecida como tartaruga-de-pente.

Segundo a oceanóloga Juliene Rizze, o nome da espécie tartaruga-de-pente surgiu após o animal começar a ser usado para a produção de jóias e pentes.

“O casco dela é uma placa de queratina muito resistente. Eles usavam isso para fabricar esses objetos”, explica a oceanóloga.

As cinco espécies de tartarugas-marinhas do Brasil

A prática, segundo Rizze, quase levou o animal a entrar em extinção e, por isso, atualmente é uma espécie considerada rara. Projetos, como o Tamar, atuam na proteção das tartarugas. Desde 1992, a caça e fabricação dos objetos com a casca da tartaruga é proibida pela Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES).

Tartarugas-marinhas e a preservação ambiental

Devido a leis de proteção ambiental e a conscientização em relação a proteção das tartarugas, a caça não é mais um problema no Brasil. Entretanto, a oceanóloga explica que dois fatores ainda contribuem para que os animais estejam na lista de extinção: a pesca incidental e os resíduos de plásticos.

“A pesca incidental acontece quando, sem querer, elas acabam sendo pegas na rede e morrem por afogamento. Elas também comem resíduos plásticos que, ao se acumularem, prendem o intestino e elas acabam morrendo. Às vezes demora, elas acabam ficando fracas e com fome”, fala.

De acordo com o Projeto Tamar, a espécie tartaruga-de-pente é considerada a mais tropical de todas as tartarugas-marinhas e está distribuída nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Ela pode alcançar 1,14 metro de comprimento e pesar até 80 quilos.

Em Florianópolis, o Projeto Tamar preserva quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas que existem no Brasil: a tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde e a tartaruga-oliva. A única que não está no local é a tartaruga-de-couro, a maior e a mais ameaçada de extinção entre todas as espécies.

Espécies de tartarugas-marinhas encontradas no Brasil

Tartaruga-cabeçuda – Vulnerável (classificação do MMA)
Tartaruga-de-pente – Em Perigo (classificação do MMA)
Tartaruga-verde – Quase Ameaçada (classificação do MMA)
Tartaruga-oliva – Vulnerável (classificação do MMA)
Tartaruga-de-couro – Criticamente em Perigo (classificação do MMA)

Segundo a especialista, todas podem ser encontradas em Santa Catarina em maior ou menor quantidade. As quatro espécies que vivem no Tamar foram resgatadas ainda pequenas.

“Elas foram resgatadas quando eram filhotinhas. Elas estavam entre os filhotes que não conseguiram sair do ninho para ir. E por isso, elas acabaram ficando sob cuidados. São animais que nunca foram no mar antes, então a gente tem o registro delas desde o dia do nascimento”, explica.

Reabilitação de tartarugas debilitadas

Além das espécies que vivem no Projeto Tamar de Florianópolis, o local também acolhe outras tartarugas que são encontradas debilitadas por toda Santa Catarina. Lá, elas recebem o tratamento e são soltas assim que possível. De acordo com a oceanóloga, 95% das espécies que o projeto recebe são da tartaruga-verde, por serem as mais comuns no litoral de Santa Catarina.

“O Estado é uma área de alimentação delas. Elas ficam aqui no momento que são jovens para comer. À medida que elas crescem, elas migram para outras áreas”, diz.

Além disso, com a temporada da pesca da tainha, muitas espécies são capturadas pelos pescadores e encaminhadas para o Projeto Tamar.

Neste domingo (26), o projeto vai realizar a soltura de uma das tartarugas na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis. Neste dia, toda a arrecadação da venda de ingresso para a entrada no Tamar será revertida para ajudar as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.

Fonte: NSC

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