Cada dia mais, em diversas redes sociais, vemos vídeos de macacos domesticados. Os vídeos parecem engraçados e fofos, mas costumam esconder a tortura e sofrimento que eles passam nos bastidores. Por isso, especialistas pedem que as pessoas não interajam com esse tipo de vídeo.
Em entrevista à BBC Midlands, Matt Lovatt, diretor do Trentham Monkey Forest, santuário especializado em macacos que fica na Inglaterra, disse que a questão mais ampla relacionada a imagens de macacos surgiu com a criação das redes sociais. De acordo com ele, isso levou a vídeos sendo postados de pessoas usando primatas como animais domésticos, às vezes os vestindo com roupas, uma prática que precisa parar.
“Nós e a maioria das pessoas dentro de nossa indústria no Reino Unido somos defensores de não mostrar primatas sendo usados como animais domésticos”, declarou Lovatt. “Por favor, não compartilhem esses vídeos mais amplamente. Não é algo que devemos celebrar. Devemos celebrar ser capazes de observá-los e ainda encontrar alegria no fato de serem tão parecidos conosco.”
Um estudo da Coalizão de Crueldade Animal nas Mídias Sociais (SMACC), criada por integrantes da entidade Coalizão Ásia para os Animais, mostrou que de setembro de 2021 a março de 2023 conteúdos que envolviam macacos geraram mais de 12 bilhões de visualizações juntando Facebook, Instagram, TikTok e YouTube.
A análise também mostrou que, em 13% dos vídeos, macacos foram intencionalmente obrigados a sentir medo e angústia em resposta a sustos, provocações e negação de comida. Além disso, todos os macacos exibidos nas redes sociais, provavelmente, experimentaram sofrimento psicológico devido ao tratamento.
Esses macacos domesticados normalmente são tirados de suas mães quando ainda são bebês, tanto pelo tráfico, quanto pelo comércio legalizado. A privação materna e social pode causar danos psicológicos e problemas nutricionais a eles.
Toda essa situação de vestir roupas, serem retirados de sua família quando pequenos e, eventualmente, forçados a gravar vídeos, causa aos macacos estresse, comportamentos estereotipados e até deficiências decorrentes de danos físicos e emocionais.
