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COMPORTAMENTO

Especialistas explicam como adaptar animais domésticos que vão viver juntos

Este tipo de introdução pode ser difícil, mas não é impossível

10 de fevereiro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Os apaixonados por animais sempre gostam ter mais de um animal em suas casas, mas na hora de adotar o tutor começa a se preocupar se seu cão ou gato vai se dar bem com um novo integrante na família. O primeiro passo é avaliar a personalidade de cada um e descobrir se os dois são compatíveis.

Segundo Bárbara Geovana Ferreira, médica veterinária comportamental, é muito importante ter calma na hora de introduzir os animais. “Quando o gato ou o cachorro — ou ambos — são filhotes, o processo se torna mais fácil. Mas, vá colocar o cão em uma casa onde já habitam gatos, é interessante que os gatos tenham locais para transitar pelo alto, a famosa gatificação da casa”, explicou Bárbara em entrevista ao Correio Braziliense.

Com esses tipo de detalhe, os gatos não se sentiram ameaçados pela presença do cão. Ainda é interessante que a casa tenha grades que separem os ambientes, para os animais se acostumarem com a presença um do outro antes de ter contato direto.

Essa adaptação pode demorar de semanas a meses. “É algo que não se tem muito como prever, pois em cada caso a adaptação ocorre de forma diferente, visto que se deve levar em consideração a personalidade dos animais que estão sendo socializados. Nos casos mais simples, pode demorar algumas semanas; em casos mais complexos, até meses”, detalhou a veterinária.

A tutora Lorena Morgana já tinha um gato chamado Tiger e decidiu adotar o Lion, um cão, há pouco mais de três meses. De acordo com ela, o processo de introdução deles está sendo um pouco demorado, já que Tiger sempre foi mais solitário. “Aos poucos, ele tem compreendido que o irmão veio para ficar”, afirmou Lorena.

Enquanto o Tiger é mais calmo e tranquilo, Lion é mais animado e brincalhão, por ser filhote, o que dificulta mais a socialização. Por isso, Lorena deixa cada um ter seu espaço, mas junta os dois na hora de comer.

Além disso, Lorena tenta ter um tempo de qualidade com cada um. “O animalzinho que já existia em casa não pode se sentir excluído. Então, sempre separo o horário de brincar com meu gato e dou a minha atenção total a ele”, relatou a tutora.

Apesar de ser difícil, a adaptação não é impossível. De acordo com o biólogo e médico veterinário, Lucas Sousa, o tempo para os animais começarem a se dar bem é variado. “Há indivíduos que não terão nenhum problema e há aqueles que nunca se entenderão. O mais importante para garantir essa harmonia da convivência é a estabilidade do ambiente, das rotinas e promovendo o respeito aos limites ‘pessoais’ de ‘cada indivíduo’”, explicou ele.

Os cães costumam se sentir mais tranquilos quando pessoas de sua confiança estão a sua volta. Já os gatos, nesse tipo de situação, se sentem mais seguro em lugares altos e escondidos, por isso gatificar a casa é interessante.

É possível que os animais nunca se adaptem ao novo integrante da família. Segundo Lucas, isso é mais comum entre os gatos, principalmente quando o cão é maior que ele, por acreditarem que o cachorro é uma ameaça a sua segurança.

“Cães podem ser muito ciumentos ou simplesmente protegem seu território, alimento e, mais importante, sua matilha. Em outros casos, o cão nunca vai conseguir tirar da cabeça que o gato se trata de um possível alimento ou caça, isso é especialmente comum em raças de caça, como galgos e sabujos”, disse o biólogo.

Em cenários como esse, é importante que a adaptação seja feita com o acompanhamento de um profissional especializado em comportamento animal. Caso isso não seja possível, manter os animais em cômodos separados é a melhor opção para manter a paz.

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