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ESPECISMO

Erupção na Islândia: ativistas criticam o resgate de tratores em vez das 270 ovelhas presas na cidade

18 de janeiro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

A Associação de Bem Estar Animal da Islândia criticou as autoridades da cidade de Grindavik por priorizar a evacuação de tratores em vez de garantir a segurança de cerca de 270 ovelhas após a erupção de um vulcão nas redondezas do centro urbano. Uma operação está sendo organizada para resgatar os animais antes que eles sejam consumidos pelo rio de lava que avança sobre o local.

“Percebemos que coisas muito caras eram priorizadas em detrimento da vida animal, como grandes máquinas. Eles estavam trabalhando no domingo. Os animais estavam dentro de currais trancados”, disse Anna Berg Samúelsdóttir ao jornal inglês The Guardian.

As críticas vieram após a divulgação de um vídeo, que mostra a evacuação dos veículos. Ao fundo, é possível ver o magma, brilhando intensamente contra o céu noturno.

Anna alega que as ovelhas estão sem água e comida há dias, e, mesmo assim, o governo não havia as designado como prioridade. Alguns animais estão soltos nos campos ao redor da cidade e serão difíceis de arrebanhar, enquanto outros estão presos “no meio da cidade, onde há o maior perigo”.

Em meio à lava e fendas profundas, um homem retornou a Grindavik para evacuar suas 25 ovelhas, mas foi impedido por autoridades locais. Grétar Jónsson se revoltou com a atitude dos agentes de segurança e dirigiu até a delegacia local, onde discutiu com as autoridades até deixarem ele levar os animais. Um deles já havia morrido quando Jónsson chegou no curral, mas o resto foi removido com segurança.

A maioria da população de Grindavik foi evacuada após as primeiras erupções, no dia 18 de dezembro do ano passado. No entanto, alguns fazendeiros retornaram com seus animais, uma vez que a situação parecia se estabilizar. Essa esperança foi despedaçada neste último domingo, quando ocorreu uma grande erupção perto da cidade, desencadeando novas evacuações.

Usina geotérmica

Ao menos 200 terremotos atingiram a área perto de Grindavik, a cerca de 51 quilômetros da capital, segundo o Escritório Meteorológico da Islândia (IMO). Grindavik, uma pequena vila de pescadores com cerca de 4 mil habitantes, foi evacuada como precaução em 11 de novembro. Desde então, os residentes foram autorizados a retornar por breves períodos antes que uma evacuação fosse novamente ordenada. A Islândia abriga 33 sistemas vulcânicos ativos, o maior número na Europa.

Na noite de sábado, as autoridades ordenaram que uma retirada de emergência fosse concluída até segunda-feira devido à crescente atividade sísmica e ao seu impacto nas grandes fissuras já presentes na cidade.

Na quarta-feira, um homem de 51 anos, que avistou uma fenda em um jardim residencial, desapareceu quando o chão cedeu subitamente debaixo dele. A queda foi de mais de 30 metros. As intensas buscas pela vítima foram encerradas nesta sexta-feira devido à alta periculosidade da área.

As autoridades aceleraram a ordem de deslocamento durante a noite, quando a atividade sísmica se intensificou, e estão de olho na central geotérmica de Svartsengi, que fornece eletricidade e água aos 30 mil residentes da Península de Reykjanes.

Até março de 2021, a região não sofria uma erupção havia oito séculos. As novas atividades vulcânicas ocorreram em agosto de 2022 e em julho e dezembro de 2023, levando os especialistas a constatar o provável início de uma nova era de atividade na região.

Quatro dias após a erupção de 18 de dezembro, as autoridades disseram que a atividade vulcânica havia parado, mas não puderam declarar o fim da erupção porque ainda havia a possibilidade de fluxo de lava subterrânea.

Fonte: O Globo

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