EnglishEspañolPortuguês

MICROCHIP

Entenda como cães de Jeff Machado foram fundamentais para a localização do corpo do ator

25 de maio de 2023
4 min. de leitura
A-
A+
Foto: Reprodução/Redes sociais

Dois pontos foram fundamentais para que o desaparecimento e a morte do ator Jeff Machado, de 44 anos, começassem a ser solucionados: seus cães e a ONG Indefesos.

Foi a partir da localização dos animais abandonados — com a utilização de chips — em pelo menos três bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro que a Indefesos começou a investigar de quem seriam os animais para, em um primeiro momento, responsabilizar os tutores, e, depois, dar pistas decisivas de que Jeff estava com algum problema, já que parecia improvável que ele abandonasse seus oito cães da raça Setter.

Primeiro animal achado

O primeiro animal a ser encontrado foi o setter Cazuza — todos tinham nomes de ídolos da MPB. O cão foi achado em 30 de janeiro, abandonado pelas ruas do bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.

Uma moradora entrou em contato com a ONG, falou do estado do animal, que parecia muito cansado, e topou ficar com ele até o dia seguinte para que um representante da Indefesos fosse buscá-lo.

Setters espalhados pela Zona Oeste

Até então, Jeff não era dado como desaparecido e, aparentemente, mantinha contato com a família via mensagens de texto pelo WhatsApp. Depois foi descoberto que outra pessoa se passava por ele.

Em 31 de janeiro, não era mais apenas um cachorro, eram dois: Vinícius de Moraes também havia sido encontrado em condições parecidas com as de Cazuza em Santa Cruz.

Na quarta, 1º de fevereiro, foram achados ainda Nando Reis e Tim Maia, o que despertou a desconfiança sobre o “despejo” de setters em Santa Cruz. Uma amiga da ONG informou na página deles que essa raça é mais restrita no Brasil e, que os criadores costumam usar chips de identificação em seus animais.

Foi assim que se chegou à identidade do tutor dos quatro cães: todos pertenciam ao ator Jeff Machado. Ele começou a ser procurado para resgatar os animais ou ser responsabilizado pelo abandono.

Uma pessoa entrou em contato com a ONG, se passando por tutor, dizendo que estava viajando, que tinha deixado os animais com uma amiga, mas que eles fugiram.

Nesse meio tempo, a ONG pesquisou as redes sociais do ator, e viu que ele, na verdade, tinha 8 cães da raça. Começou assim uma verdadeira operação resgate para tentar achar os três animais faltantes.

No dia 3 de fevereiro foram achadas as cadelas Elis Regina, em Paciência, também na Zona Oeste, e Rita Lee, essa já sem vida, vítima de um atropelamento, no mesmo bairro.

No dia 4, foi a vez de Caetano Veloso ser localizado, em Campo Grande, mesmo bairro em que foi encontrado o corpo de Jeff. O animal estava bastante machucado. Gilberto Gil nunca foi encontrado.

ONG avisou à família

O encontro dos cães abandonados em bairros da Zona Oeste foi fundamental para a família pôr fim a uma dúvida: de que não era Jeff quem falava com eles pelo WhatsApp.

A mãe do ator, Maria das Dores, já desconfiava do modo de se expressar da pessoa, mas não tinha como provar que não era o seu filho e que ele estava, de fato, desaparecido. O abandono dos cães foi prova fundamental para a polícia ir atrás de Jeff, tomando como data do desaparecimento do ator o dia 28 de janeiro.

O despejo de cães pela Zona Oeste também apontou uma direção sobre onde poderia estar Jeff.

Foto: Reprodução

Corpo encontrado em baú

O corpo de Jeff Machado, de 44 anos, foi encontrado no dia 22 de maio, dentro de um baú, que pertencia a ele e foi retirado de sua casa. A informação consta na investigação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), e foi confirmada pelo advogado da família, Jairo Magalhães.

“Esse baú pertence ao Jeff, é parecido a um outro que ele tem na casa dele, e foi retirado de lá. É uma outra pista que levou a delegacia a desconfiar de quem estava envolvido no caso: a de que era uma pessoa que tinha acesso à casa do Jeff”, contou Jairo Magalhães.

Jefferson Machado da Costa, o Jeff, estava desaparecido desde 27 de janeiro, e seu corpo estava dentro do baú de madeira, com as mãos amarradas, enterrado e concretado a dois metros de profundidade em um terreno na Rua Itueira, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. A identificação só foi possível através da análise das digitais de Jeff no IML.

Remoção precisou de nove homens

O local onde o corpo foi achado pertence a uma mulher, que já foi ouvida na DDPA e contou que não conhecia Jeff, mas alugou o espaço para um homem. A polícia já tem a identificação dele.

A equipe que foi para o local fazer a remoção do corpo era composta por nove homens: dois operando uma britadeira, dois policiais civis que se revezavam com picaretas e pás, e cinco homens da Defesa Civil.

Fonte: G1

    Você viu?

    Ir para o topo