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INDONÉSIA

Elefanta grávida de espécie em risco de extinção é expulsa de seu habitat e morta por aldeões

28 de maio de 2022
Magnolia Gomez | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | AP

Uma elefanta-de-Sumatra grávida foi encontrada morta com indícios de envenenamento no oeste da Indonésia, na ultima quinta-feira. A espécie está protegida por uma lei indonésia de conservação dos recursos naturais biológicos e seus ecossistemas. A espécie está criticamente ameaçada de extinção e há menos de 700 indivíduos na ilha.

De acordo com o “World Wildlife Fund”, os elefantes-de-Sumatra estão à beira da extinção, restando apenas cerca de 2.400-2.800 no mundo. Eles são uma subespécie do elefante asiático, uma das duas maiores espécies de mamíferos do mundo.

As autoridades locais estão investigando a causa da morte da elefanta. Foto: AP

O cadáver foi descoberta durante uma patrulha conjunta de grupos locais na quarta-feira, encontrada ao lado de uma plantação de palmeiras, na província de Riau, em Sumatra, uma grande ilha que abriga alguns dos animais mais raros do mundo. As autoridades locais estão investigando a causa da morte da elefanta.

“Pelo sinal de mudanças na forma de seus órgãos internos, como o pulmão, parece que está queimando, preto e escorrendo sangue”, disse Zulhusni Syukri, diretor do programa da Fundação Rimba Satwa, um dos grupos que encontrou a elefanta.

Foto: Riau Natural Resources Conservation

De acordo com Fifin Arfiana Jogasara, chefe do “Riau Natural Resources Conservation”, outro grupo que também estava na patrulha, animal tinha sangue saindo de sua boca e ânus.

As autoridades também encontraram abacaxi no estômago da elefanta, levando-os a suspeitar de envenenamento, já que os abacaxis não são cultivados naquela área, disse Syukri.

Foto: Riau Natural Resources Conservation

A população de elefantes-de-Sumatra na ilha diminuiu de 1.300 em 2014 para 693 no ano passado, uma queda de quase 50% em sete anos, segundo dados do “Ministério das Florestas e Meio Ambiente da Indonésia”. O declínio ocorreu em meio a uma perda de mais de 69% do habitat potencial do animal nos últimos 25 anos, o equivalente a uma geração.

O desmatamento desenfreado e expansão das plantações de palmeiras em Sumatra reduziu criticamente o habitat dos elefantes e os colocou em crescente conflito com os humanos sobre espaço e recursos. Pelo menos sete elefantes-de-Sumatra morreram na província de Riau nos últimos três anos, disse Syukri.

“Os trabalhadores das plantações de palmeiras perto dos caminhos dos elefantes costumam ter conflitos com os elefantes, porque comem o fruto da palmeira”, acrescentou.

Estima-se que a elefanta encontrada na quarta-feira tenha cerca de 25 anos. Durante a necropsia, descobriu-se que ela estava grávida e logo daria à luz. As autoridades enterraram o corpo no local depois de recolher amostras do fígado, parede intestinal, pulmões e fezes para testes laboratoriais.

A nação do arquipélago enfrenta uma batalha contínua para combater crimes contra a vida selvagem. Vários casos de envenenamento e mortes de elefantes foram relatados nos últimos anos, incluindo um em 2019, quando um elefante-de-Sumatra foi encontrado decapitado com suas presas arrancadas.

A população de elefantes também é ameaçada pela caça desenfreada por causa de suas presas, que são valorizadas no comércio ilegal.

 

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