Um levantamento da Confederação Brasileira de Proteção Animal mostrou que no Distrito Federal existem mais de 700 mil animais abandonados pelas ruas. Abrigos que resgatam cães e gatos estão lotados e protetores de animais afirmam que o número de abandonos aumentou durante a pandemia.

“São animais que são utilizados para uma finalidade, não planejados para viver muito tempo naquela família ou naquele lar, e normalmente são dados para outras pessoas de presente”, explicou a presidente da CBPA, Carolina Mourão, em entrevista ao jornal DF no AR.

Segundo Carolina, o número de animais em situação de rua do Distrito Federal é praticamente é o mesmo quantitativo de animais domiciliados.

A situação é preocupante, já que muitos animais domésticos, como cães e gatos, foram adotados no início da pandemia, em março de 2020. No entanto, com a volta a rotina presencial de trabalhos e compromissos, além da crise financeira agravada, ONGs e abrigos registram um aumento no número de abandonos.

Segundo a Ampara Animal, o abandono cresceu 61% entre junho de 2020 e março de 2021 em todo o Brasil.

O problema do abandono de animais no Brasil é enorme e não se resume apenas a esse momento de crise. A OMS estima que existam no país cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães abandonados no país. Uma pesquisa de 2015 do IBOPE e Instituto Waltham mostrou que seis em cada dez brasileiros deixariam seu animal caso tivessem que se mudar de casa, sendo esse o principal motivo de abandono entre as pessoas que já tiveram um cão ou gato.

Animais silvestres

O Distrito Federal também enfrenta um problema de aumento de animais silvestres em áreas urbanas. Só de janeiro a setembro de 2021, foram resgatados 2.263 animais silvestres.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os animais resgatados são diversos: cobras, aves, saruês, macacos, tamanduás e diversas espécies nativas do Cerrado. O motivo do surgimento destes animais em áreas urbanas está ligado a invasão dos seres humanos em áreas de preservação, com o surgimento de novos condomínios.