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Descoberta no Atlântico ilha formada por lixo de plásticos

26 de fevereiro de 2010
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'Ilha' de lixo situa-se entre os 22 e os 38 graus de latitude norte, ao largo de Miami. (Imagem: Diário de Notícias)

Não se lhe conhece a dimensão exata, nem o impacto ambiental, ou os efeitos na cadeia alimentar, mas a confirmação aí está: à semelhança do que acontece no Pacífico Norte, também no Atlântico Norte, numa extensa zona localizada entre a costa leste da Flórida e as Bermudas, existe uma enorme lixeira flutuante, para onde convergem plásticos de todos os tamanhos e feitios.

A descoberta daquela “ilha” feita de lixo de plástico foi anunciada em Portland, nos Estados Unidos da América, na conferência Ocean Sciences Meeting, que  termina nesta sexta-feira (26).

Durante as duas últimas décadas, pesquisadores da Sea Education Association, uma organização para a investigação oceânica daquele país, recolheram dados na região, num total de 6.100 amostras recolhidas com redes puxadas ao longo de diferentes percursos no Atlântico, junto às Caraíbas, e no Atlântico Norte, ao largo da costa leste norte-americana.

Em mais de metade dos percursos, os pesquisadores recolheram plásticos que flutuavam à superfície do mar, juntamente com organismos marinhos.

O problema dos resíduos de plástico no Atlântico tem sido “muito ignorado”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Kara Lavender Law, da Sea Education Association, sublinhando que a sua equipe identificou uma região “a norte, no oceano Atlântico, onde os lixos de plástico parecem estar concentrados”, permanecendo ali durante longos períodos de tempo.

“Mais de 80% dos pedaços de plástico que recolhemos nas redes foram encontrados entre os 22 e os 38 graus norte, portanto temos uma latitude onde este lixo está se acumulando”, adiantou a pesquisadora.

De acordo com os dados recolhidos pelos pesquisadores, a larga maioria dos restos de plástico tem origem em produtos de embalagens destinadas aos consumidores ou em sacos de plástico, e não têm mais de um centímetro de dimensão.

A densidade máxima destas manchas de lixo flutuante encontradas pela equipe foi de 200 mil pedaços de plástico por quilômetro quadrado. “Isto é comparável à ilha de plástico flutuante que existe no Pacífico”, explicou Kara Lavender Law.

Resta saber qual é o impacto deste lixo na vida marinha, na região. Os investigadores sabem que muitos seres marinhos consomem este plástico, o que tem impacto negativo nas aves, mas tudo isso está sendo estudado.

Fonte: Diário de Notícias

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