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PROIBIÇÃO

Cozinhar lagostas vivas será considerado crime no Reino Unido

O governo quer proibir a prática cruel de cozinhar lagostas vivas para fortalecer os "direitos de bem-estar de crustáceos e moluscos"

9 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Thinkstock/VEJA

O Reino Unido anunciou que irá proibir a prática de cozinhar lagostas vivas, tornando-a um crime. Para que ocorra a proibição, ministros estão elaborando uma proposta que tem como objetivo fortalecer os “direitos de bem-estar de crustáceos e moluscos”.

A medida, porém, não liberta esses animais da exploração, tampouco os livra por completo do sofrimento, já que não impede que sejam mortos, apenas proíbe que sejam jogados ainda vivos em água fervente. Embora a proibição reduza a crueldade imposta às lagostas, a espécie continuará sendo tratada como um alimento, tendo seus direitos à vida em liberdade, livre de capturas e sofrimento, e à integridade física desrespeitados.

Atualmente, a proposta denominada Projeto de Lei de Bem-Estar Animal, que está em fase de aprovação na Câmara dos Lordes, abrange apenas animais vertebrados (ou seja, que têm coluna vertebral), mas o governo tem se preparado para incluir na lista lagostas, caranguejos, polvos, lulas e outros invertebrados, provando que todos eles são capazes de sentir dor.

A inclusão desses animais em uma emenda na legislação que classifica animais como seres sencientes se deu, segundo o jornal The Times, graças ao empenho de ativistas pelos direitos animais, que fizeram pressão sobre o governo.

Lagostim luta pela vida ao ser jogado vivo em panela

Em 2018, um vídeo publicado pela entidade Toronto Fish Save (confira abaixo) viralizou nas redes sociais ao mostrar um lagostim lutando para sobreviver após ser jogado em uma panela com ingredientes ferventes. Na opinião da instituição Mercy For Animals (MFA), as imagens são “de cortar o coração”, já que o animal estava “desesperadamente pendurado nas beiradas de uma panela repleta de ingredientes fervente”. O vídeo mostra o lagostim lutando para não cair dentro da panela, o que, segundo a MFA, mostra que o “pobre animal claramente não quer morrer”.

“Nós sempre falamos sobre vacas, porcos, galinhas e até peixes, mas a verdade é que nenhum animal quer se tornar nosso alimento — nem mesmo os crustáceos. Muitas pessoas acreditam que os crustáceos e peixes são incapazes de sentir dor, mas isso não poderia estar mais longe da verdade. Um estudo publicado no Journal of Experimental Biology revela que caranguejos, lagostas e peixes realmente sentem dor”, pontuou a entidade.

“Mal podemos imaginar a tortura que é, para esses animais sensíveis, serem jogados vivos e conscientes em água fervente, morrendo lenta e dolorosamente”, completou.

Com a intenção de conscientizar a população, a MFA aproveitou a ocasião para pedir às pessoas que repensem seus hábitos alimentares e deixem de ser responsáveis pelo sofrimento dos animais. “Felizmente, você não precisa esperar mais um minuto para ajudar a parar com o sofrimento desnecessário desses animais. Ao escolher refeições vegetarianas saudáveis, sem carne, leite e ovos, você pode garantir que lagostas, caranguejos, peixes e outros animais aquáticos sejam poupados da crueldade”, afirmou a instituição, que disponibiliza guias com receitas vegetarianas estritas para auxiliar no processo de transição para o veganismo. “Clique aqui para começar uma dieta vegetariana agora. E dê também uma chance para nossa seleção de receitas compassivas inspiradas no mar”, concluiu.

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