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PAUSA NO FUNCIONAMENTO

Corrida da Stock Car pode prejudicar animais do Hospital Veterinário da Universidade de Minas Gerais

Diretor da Escola Veterinária disse que se fecharem por 19 dias, o hospital deixará de atender cerca de 3 mil cães e gatos e 20 equinos

26 de maio de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Guilherme Bergamini | ALMG

A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai reforçar a recomendação para que o local da corrida de carros da Stock Car, que será realizada em Belo Horizonte em agosto, seja alterado. Até o momento, a corrida será realizada nos arredores do Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Geras (UFMG), onde estão localizados a Escola de Veterinária e o Hospital Veterinário.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) afirmou sobre a decisão em visita ao campus para conferir a situação dos animais vivem lá. Ela estava acompanha de técnicos da ALMG e uma representante da deputada Bella Gonçalves (PSOL), que acompanharam o andamento das obras de recapeamento nas imediações, que ocasionaram dificuldades de acesso à Escola e ao Hospital e prejuízos ao bem-estar da comunidade e dos animais, em razão do barulho e da poeira.

“Não estamos falando de um pet shop, de uma clínica, estamos falando de um complexo hospitalar que presta serviços à sociedade, inclusive para tutores que não têm condições de recorrer à iniciativa privada. A vida desses animais depende do Hospital Veterinário e, portanto, os prejuízos são irreparáveis. Eu vi a distância de onde passarão os carros da Stock Car até a UTI de atendimento veterinário. É muito grave”, declarou Cerqueira ao jornal da UFMG.

A deputada prometeu encaminhar o relatório técnico da visita aos patrocinadores da corrida, para que eles tenham ciência de que estão colocando a vida de animais em risco.

De acordo com o diretor da Escola de Veterinária, Afonso de Liguori, as internações e cirurgias realizadas no Hospital Veterinário serão suspensas durante os 19 dias previstos para a montagem de estruturas e realização da corrida. Isso porque o barulho da construção e dos carros causam uma carga de estresse elevada aos animais.

Liguori disse ainda que se fecharem por 19 dias, o hospital deixará de atender cerca de 3 mil cães e gatos e 20 equinos e que muitos animais precisam de assistência continuada, o que será prejudicado. “O animal com glaucoma, depois da alta, precisa de acompanhamento, de medição da pressão ocular, para avaliarmos se o tratamento está sendo efetivo. Temos pacientes com doenças cardiológicas, neurológicas e oncológicas”, exemplificou.

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