As ruas de Londrina contam com a presença numerosa de animais. No total, 70% dos animais criados em casas têm acesso a vias públicas, locais que oferecem perigo e dificultam o controle de reprodução, segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária. A estimativa da Associação Defensora dos Animais de Londrina (ADA) é de que 50 mil animais vivam, atualmente, nas ruas da cidade.
Uma das causas é o abandono por parte dos tutores. Uma vez nas ruas, os animais acabam sofrendo maus-tratos ou são vítimas de atropelamentos. Além disso, a falta do controle populacional e as condições de vida acabam causando a proliferação de doenças.
De acordo com o veterinário e delegado do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Rafael Haddad, a Vigilância Sanitária não possui um convênio permanente para o destino dos animais nessa situação. “O que existe são medidas pontuais entre as ONGs e o governo, mas não há resultados significativos.”
Antes, a prática mais comun para o controle populacional dos animais abandonados era o recolhimento seguido de morte. Desde dezembro do ano passado, uma lei estadual proíbe a prática da morte e determina ações massivas para a proteção dos animais. Essas medidas foram discutidas nesta segunda-feira (16), em um seminário regional para elaboração da política estadual de controle ético de cães e gatos, em Londrina.
A pauta reuniu representantes do governo e da sociedade e discutiu a implantação de um sistema de identificação e registro, esterilização contínua, campanhas de adoção, fiscalização e controle dos criadouros e programas educativos de tutela responsável.
A coordenadora da Agenda 21 Paraná e representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rosana Vicente Gnipper, afirma que apenas seis municípios, nenhum deles Londrina, possuem centros autorizados para o controle efetivo de zoonoses. “O principal objetivo da discussão sobre o controle dos animais abandonados é estabelecer diretrizes para as ações de cada prefeitura”, defende. Outra alternativa para ela seria a parceria entre o governo, as ONGS e a universidade.
Rafael Haddad sugere um sistema de triagem da população animal abandonada e um encaminhamento para hospitais veterinários, incentivando a tutela responsável. “Com a esterilização em massa, por exemplo, diminuiríamos consideravelmente o número de animais abandonados no prazo de cinco a oito anos.”
Segundo Rosana, uma das metas do seminário é envolver as ONGs, que, tradicionalmente, prestam o serviço de cuidado dos animais, e o poder público. “Agora que se tem um embasamento jurídico para a questão, queremos contar com o governo e com a sociedade.”
O responsável pelo setor que trata dos animais abandonados na Vigilância Sanitária não foi localizado pela reportagem para comentar as informações.
Com informações do Jornal de Londrina.