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Contra tudo e contra todos

8 de junho de 2011
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Por Manuel Antônio Pina

A Câmara do Porto, em Portugal, teve uma ideia particularmente civilizada e de grande sofisticação científica para controlar o número de animais errantes da cidade: matá-los à fome.

“Apela” assim aos munícipes para que “não alimentem os animais”, pois na Câmara julga-se que é o “excesso de alimento que provoca o aumento das populações de animais” e não o fato de (como sucede com os vereadores, não consta que alguma vez um vereador tenha aparecido grávido depois de um banquete camarário) se reproduzirem.

É certa disso (que o “excesso de alimento” faz filhos) que a Câmara do Porto ignora iniciativas como a da Associação Animais de Rua para que, como acontece na generalidade dos países desenvolvidos (e em outras autarquias portuguesas), adopte um Programa CED (Capturar-Esterilizar-Devolver) nas colónias de animais seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, a World Society for Protection of Animals, a Ordem dos Médicos Veterinários e a própria Direcção-Geral de Veterinária.

Não, a Câmara do Porto prefere matar, à fome que seja.

Contra tudo e contra todos: a Convenção Europeia para a Proteção dos Animais de Companhia; os Decretos-Lei nºs 276/2001, de 17/10, e 315/2003, de 17/12; a Resolução 69/11 aprovada por unanimidade na AR.

E contra o mero bom senso: há 30 anos que anda a matar animais e ainda não percebeu que não é assim que controlará o seu número.

Fonte: Margarida e os animais

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