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SÃO PAULO

Compaixão impulsiona o trabalho de moradoras do Alto Tietê que incentivam a adoção de animais

5 de outubro de 2022
7 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Em outubro, também tem data especial direcionada aos animais. Ontem  (4) foi celebrado o Dia Nacional da Adoção Animal, para conscientizar sobre a defesa dos direitos animais. E tem muita gente do Alto Tietê que sabe exatamente como cuidar deles.

Um espaço aconchegante e lotado de brinquedos. Tudo no cômodo da casa foi planejado para acolher e divertir os gatos. Camila Teixeira Possato é apaixonada pelos bichanos desde a adolescência. O primeiro ela adotou quando tinha 15 anos.

“E de lá para cá é uma coisa que, assim, eu digo que gato vicia, né? A gente vai pegando muito amor. E eu fui tendo de um eu fui para dois, depois de dois eu fui para três, e hoje eu estou com sete. Eu nunca comprei nenhum gato, nenhum animal. Sempre fui muito a favor de adotar. As ruas, infelizmente, estão cheias de animais, animais que não são castrados e assim, como eles não são castrados a cada cio de cadela, a cada cio de gata, elas vão ter cria e isso acaba virando um bolo de neve enorme. Então, a rua vai ficando cheia e aí o que eu acho importante do trabalho dessas protetoras, protetoras voluntárias das ONGs, porque elas retiram o que elas podem, é claro. Retiram esses animais em situação de rua, cuidam, né? Castram e tentam doar. Então, assim, você fazendo esse bem eu acho que é um grande bem para o animal e para você mesma já é uma ajuda enorme para tirar os animais de rua. Então, adoção, para mim, é fundamental”, diz a dog walker e cat sitter.

Essa paixão pelos gatos também virou profissão. Em casa, ela hospeda gatos e cachorros e também cuida dos animais temporariamente para os tutores.

“Esse quarto aqui, que é o maior quarto que eu tenho na casa, são para os gatos. Eu fiz em especial para os gatos. Quando eu não tenho gato hospedado, eu deixo meus gatos aqui, os setes, brincarem, dormirem, curtirem. E quando eu tenho também cachorros que precisam, que são muito afetuosos com os seus tutores, são muito próximos, não conseguem dormir sozinhos, eu venho para cá e durmo com eles aqui nesse espaço”, explicou Camila.

E tem muita gente no Alto Tietê trabalhando para incentivar a adoção de animais. Élin Ariane Goulart da Silva Ramos é dona de um abrigo no distrito de Jundiapeba. O local foi fundado em 2017 e atualmente tem 38 gatos e 6 cachorros.

“O abrigo não tinha piso, o abrigo era telado improvisado com tela de galinheiro, sabe assim? Algo bem provisório. E aí eu fui construindo aos poucos, demorou um ano e meio para a gente chegar no que a gente está hoje, porque dinheiro, ajuda, arrecadação tinha que entrar em tudo isso no mundo mesmo do protetor. E virei uma protetora, já era de coração, mas aí virei a protetora Élin mesmo. Fiquei conhecida em Mogi inteira, todo mundo sabe quem é Élin, tem pedido de resgate no meu celular todos os dias”, disse a estudante de Medicina Veterinária.

Todos os animais que estão no local foram resgatados da rua ou de casas em que os donos não tinham mais condições de cuidar. Eles estão disponíveis para adoção. A estudante de Veterinária não tem nenhuma ajuda financeira para fazer esse trabalho tão especial, mas não falta criatividade para levantar verba e fazer o melhor possível pelo bem estar animal.

“Trabalho com taxi dog, eu e meu marido. Toda essa renda do transporte é revertida diretamente para o abrigo e gatil. E outra coisa: lancei um projeto que se chama ‘gatil na reciclagem’. Nesse gatil na reciclagem, os nossos clientes de taxi dog separam a reciclagem deles, aí nessa casa que eu moro aqui, no Parque Santana, eu deixo esses reciclados separados, o que é plástico, o que é papelão, o que é cada um. Separo. Tenho vários clientes que vêm aqui na minha porta. Hoje, eu cheguei agora pouco, tinha um monte de reciclagem aqui que provavelmente foi a mais que deixou. Pessoas, assim, iluminadas que acreditam numa causa, que é a mesma que a gente”, contou Élin.

Na região, não faltam boas histórias. A gata Tikara foi resgatada pela ONG Grupo Fera depois de ser atacada por um cachorro. A gatinha paraplégica chamou a atenção da autônoma Paula Kusahara. Uma espécie de paixão à primeira vista.

Foto: TV Diário/Reprodução

“Quando eu vi a foto dela eu já fiquei assim louca por ela. Nem sabia as condições dela e tal. Ela só anda com as patinhas da frente, ela é especial. Ela tem que usar fralda e tal. Então, tem que ter um pouquinho mais de atenção nos cuidados. Já virou rotina, eu acho, assim, tipo ajudar uma criança? De manhã você tem que trocar fralda. A diferença dela é que tem que trocar fralda, de resto ela é normal. Ela vai comer sozinha, ela vai tomar água, ela brinca, ela bate. Ela é normal”, explicou Paula.

Essa disponibilidade para amar e cuidar dos animais já mudou a vida de 17 gatos. Todos eles foram adotados ou resgatados.

“É minha terapia. Assim, de ter que cuidar da minha mãe, sabe? De não poder sair muito, sabe? Então, eu acho que elas são minha terapia”.

Baby, Me Leva

Quem ainda não tem, mas está morrendo de vontade de adotar um animal, opções de adoção não faltam aqui na região. Uma delas é “Baby, Me Leva”, de Suzano. André Chiang, secretário de Meio Ambiente do município, explica qual o objetivo do programa.

“Então, na cidade de Suzano nós temos o programa Baby, Me Leva. Esse programa Baby, Me Leva é a nossa campanha de adoção permanente, que surgiu em 2021 objetivando com que os pets busquem os lares e assim, dessa forma, unificar os pets com quem quer adotar. E quem participa desse projeto Baby, Me Leva? Desde a Prefeitura Municipal de Suzano, através dos resgates que nós acabamos efetuando de animais vítimas de maus-tratos, são animais vítimas de maus-tratos. E também as ONGs e protetores parceiros do município. Então, nós unificamos todos esses pets disponíveis na cidade de Suzano num único site. E também promovemos eventos de adoção físico. Por exemplo, neste domingo, no próximo domingo, haverá um evento de adoção aqui no Parque Max Feffer. Quem estiver interessado é só comparecer das 10h às 17h e quem sabe encontrar um novo amor”.

Chiang também explica quais são as responsabilidades de quem realiza a adoção de um animal dentro do programa.

“Isso é muito importante de falar, é legal a gente tratar desse assunto. Hoje, você é considerado um tutor, ou seja, você tem um dever e responsabilidade sobre um animal. Então, esse dever e responsabilidade sobre o cão ou gato está muito bem descrito, não preciso falar para ninguém. Você tem que cuidar, você tem que, obviamente, cuidar dele, dar comida e o amor que ele precisa. E isso é crime, caso a pessoa não faça isso, abandone ou não cuide, não leve até um veterinário, hoje é considerado um crime e a gente está aí também, a Secretaria de Meio Ambiente está aí também para atuar nesse sentido”.

O secretário ainda comenta quais os requisitos para adotar um animal através do Baby, Me Leva e os serviços de saúde que o programa oferece para os animais adotados.

“Não só a prefeitura com os seus cães e gatos que estão aos nossos cuidados, mas também as próprias ONGs e protetores realizam a entrevista para saber para onde esse animal vai. E tudo isso é acompanhado pela sequência, existe um acompanhamento. Existe também o programa que a prefeitura garante a castração desse animal que foi adotado dentro do programa Baby, Me Leva, seja ele de uma ONG, de um protetor. Não só a castração, mas também a microchipagem também que é muito importante, como se fosse um RG animal , né? Então, tudo isso está contemplado no programa Baby, Me Leva. Para quem quiser conhecer mais, eu vou passar o site da prefeitura: suzano.sp.gov.br. Lá tem o botão do Baby, Me Leva para poder conhecer”.

Fonte: G1

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