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'Cobra Lilian' e cão Max representam importância da adoção na Paraíba

3 de outubro de 2011
4 min. de leitura
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Michelle abraça Lili e faz carinho em Max, deitado e posando para a foto (Foto: Inaê Teles/G1)

O Dia Mundial dos Animais foi comemorado na última terça-feira (4). Seja em um parque ou mesmo em uma residência, a relação de carinho entre dois “cuidadores” e seus companheiros podem servir de exemplo para que o respeito pelos animais seja vivido durante todos os outros 364 dias do ano. Tanto a história da “cobra Lilian” quanto o do “cão Max” mostram a importância da adoção e da guarda responsável dos animais.

A intenção da fotógrafa Michelle Cristina Oliveira era abrigar por apenas um mês um SRD que foi encontrado no dia 1º de janeiro de 2010 no bairro Altiplano, em João Pessoa. Ela espalhou cartazes informando que um cão havia sido encontrado, mas ninguém apareceu para resgatá-lo.

No primeiro dia, a grande preocupação era com Antônio, pai de Michelle, que não gostava muito da ideia de ter um cachorro “provisoriamente” na sua casa. “A gente até tentou esconder, mas aí Max latiu e meu pai descobriu”, contou a fotógrafa. Durante a estadia do animal, uma pessoa interessada apareceu para adotá-lo. “(Mas) meu pai disse que não era para eu deixar ninguém adotar o Max e na mesma hora pediu para passear com ele”, conta, lembrando o momento em que Max se tornou integrante da família Oliveira.

Logo depois da experiência com o cão, Michelle resolveu abrigar mais um novo hóspede “provisoriamente”. A pequena Lili vivia na casa de uma senhora que criava cerca de 50 cães.

“É diferente quando você adota. Parece que o animal sabe que você o salvou. O animal é mais carinhoso. Ele sabe que você está ajudando-o”, disse Michele que hoje é voluntária em uma ONG de João Pessoa. Ela contou que resolveu se filiar em março de 2010 à Associação de Proteção Animal Amigo Bicho (Apaab) após ver um carro atropelando uma cadela na frente da academia que frequentava.

Ela arrecadou dinheiro para viabilizar um cirurgia para o animal que havia quebrado a bacia. “Eu gosto desse trabalho e para mim não é um hobby. Tem um outro nome. É amor, compaixão, caridade”, finalizou a voluntária que, por hora, não pretende abrigar nenhum outro cão “provisoriamente” em casa.

Jair diz que Lilian virou xodó (Foto: Inaê Teles/G1)

Cobra

Lilian é um filhote de uma cobra que foi resgatada e entregue para a equipe do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, mais conhecido como Bica, em João Pessoa. A cobra hoje é o xodó do local e figura importante no trabalho de educação ambiental.

Há cerca de sete anos um caminhoneiro resgatou uma cobra salamanta que estava sendo maltratada por pessoas em uma estrada do Nordeste. Ele pagou pelo animal e resolveu entregar no parque zoobotânico.

Os funcionários da Bica imediatamente colocaram a serpente no chão. “Quando a gente menos esperava começou a sair várias outras cobras dela”, disse o zootecnista Jair Azevedo que ficou surpreso com o nascimento de 17 cobrinhas.

A salamanta que havia dado cria ficou saudável e foi solta na natureza. “Não tinha porque a gente ficar com ela. Aquele animal era selvagem”, disse Jair Azevedo. Dos 17 filhotes, 12 morreram logo após o nascimento. Os cinco sobreviventes foram colocados em locais especias para receber os devidos cuidados. Mesmo assim três morreram, uma fugiu e ficou apenas Lilian, a serpente de apenas 17 cm que se tornou o xodó dos funcionários da Bica.

“Ela cresceu na minha mão. Durante a semana eu cuidava dela aqui na Bica, mas no final de semana eu não queria deixar ela sozinha e levava para casa. Até as minhas filhas se acostumaram com ela e foram elas que a batizaram de Lilian. As meninas quiseram fazer referência a uma colega de escola que se chamava Lilian, e segundo minhas filhas, ela era uma cobra”, brincou o zootecnista.

Hoje, Lilian tem pouco mais de 2m de comprimento e integra o serpentário da Bica que conta com cerca de dez animais. “Agora ela faz parte do trabalho de educação ambiental. Através dela a gente pode mostrar para as crianças a importância que esse animal tem na natureza”, disse Jair Azevedo que manuseia Lilian e permite que os visitantes tenham um contato mais próximo com a serpente.

“Hoje quando minhas filhas chegam na Bica a primeira coisa que elas pedem para ver é Lilian. Elas aproveitam para matar a saudade”, contou Jair Azevedo que depois de um teste para descobrir o sexo de Lilian acabou sendo informado que a sua cria era na verdade um macho.

A bióloga Helze Lins, que também estava no dia do nascimento de Lilian, contou que a salamanta é considera uma das espécies mais agressivas das serpentes que não inoculam veneno. Segundo a bióloga, o trabalho que foi feito desde o nascimento fez com que Lilian se tornasse dócil. “Lilian é um animal muito querido”, disse orgulhoso o pai adotivo de Lilian a princesa, ou melhor, o príncipe da Bica.

Fonte: G1

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