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ESPÉCIE AMEAÇADA

Cientistas fazem registro raro de corte e namoro de baleias-azuis: "Poder e graça"

6 de abril de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Gerard Soury/Getty Images

Três grandes trens, com cerca de 200 toneladas cada um, viajando a uma velocidade de aproximadamente 30 quilômetros por hora. Essa é a impressão ao avistar um trio de baleias-azuis em um ritual de acasalamento em mar aberto, segundo descrevem pesquisadores após uma (rara) observação deste comportamento.

O registro foi feito na costa da cidade de Port Macdonnell, no sul da Austrália, durante patrulha aérea do Blue Whale Study, um programa de pesquisa local. “Encontramos três baleias-azuis envolvidas em um ‘comportamento de corrida’, no qual uma suposta fêmea adulta é perseguida em alta velocidade por dois machos concorrentes, possíveis parceiros”, relatou a página da organização no Facebook.

A última vez que o fenômeno tinha sido avistado nesta área foi em 2003. A região australiana é local da “ressurgência da costa de Bonney”, quando correntes de água fria e rica em nutrientes inundam a superfície do oceano durante os meses de verão, trazendo plâncton e atraindo baleias, aponta a revista Newsweek.

“As frequentes mudanças de ritmo e direção eram claramente ditadas pela fêmea, e os machos faziam o possível para ficar perto dela, enquanto tentavam ultrapassar e deslocar fisicamente um ao outro. Foi uma demonstração espetacular de enorme poder e graça, uma das grandes imagens da natureza. Circulamos por cerca de 15 minutos e depois os deixamos sozinhos, ainda correndo”, contam os pesquisadores.

As baleias-azuis nadam em pequenos grupos, mas são mais frequentemente encontradas sozinhas ou em pares. Geralmente passam os verões alimentando-se nas águas polares e realizam longas migrações em direção às águas equatoriais à medida que o inverno chega, segundo a NOAA (National Administration of Atmospheres and Oceans).

Estes animais são os maiores que já viveram em nosso planeta, podem ultrapassar 30 metros de comprimento e vivem até 90 anos. Alimentam-se quase exclusivamente de krill, coando enormes volumes de água do oceano através das suas barbatanas, que ficam penduradas no céu da boca e funcionam como uma peneira. Alguns dos maiores indivíduos podem comer até seis toneladas de krill por dia.

“Se você estivesse em um barco pequeno e visse isso vindo em sua direção, seria aconselhável ligar o motor e sair do caminho”, afirma Peter Gill, pesquisador do Blue Whale Study, em entrevista ao noticiário local ABC South East SA. “Seria como ser atropelado por um caminhão, só que muito mais pesado. Talvez um trem seja uma analogia melhor.”

Fonte: Um Só Planeta

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