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Cientistas da ONU estudam as dramáticas mudanças a curto prazo do aquecimento global

14 de fevereiro de 2022
3 min. de leitura
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Imagem: Ilustração l Pixabay

A revisão por 195 países da segunda parte do sexto relatório científico do IPCC, grupo de especialistas em clima da ONU, começou nesta segunda-feira (14). Uma primeira parte deste relatório foi publicada em agosto passado, sendo dedicada às previsões de aumento de temperatura global. Esta segunda parte aborda os impactos do aquecimento global sobre a vida no planeta e a necessária adaptação dos nossos estilos de vida.

A revisão por 195 países da segunda parte do sexto relatório científico do IPCC, grupo de especialistas em clima da ONU, começou nesta segunda-feira (14). Uma primeira parte deste relatório foi publicada em agosto passado, sendo dedicada às previsões de aumento de temperatura global. Esta segunda parte aborda os impactos do aquecimento global sobre a vida no planeta e a necessária adaptação dos nossos estilos de vida.

No ano passado, especialistas em clima da ONU alertaram que as temperaturas atingiriam o limite de 1,5°C adicional até 2030, dez anos antes do esperado inicialmente. Após mais de um século e meio de desenvolvimento econômico baseado em combustíveis fósseis – carvão, petróleo ou mesmo gás – o mundo aqueceu cerca de 1,1°C em relação à era pré-industrial.

Um planeta sem barreiras de coral e morto de sede

Mas o que isso significa em termos práticos, afinal? Segundo os especialistas, entre 70 e 90% dos recifes de coral correm o risco de desaparecer, e essa porcentagem subiria para 99% se o limite de 2°C fosse ultrapassado.

O aumento das temperaturas derreterá pelo menos um terço das geleiras do Himalaia antes do final do século, mesmo com um aquecimento contido de 1,5°C. O derretimento das geleiras no Himalaia e na Cordilheira dos Andes vai fatalmente ameaçar o abastecimento de água para milhões de pessoas que vivem rio abaixo.

Além disso, se o planeta atingir +2°C, isso implicará ondas de calor na maioria das regiões. Os dias quentes aumentarão em quase todos os lugares, especialmente nos trópicos – uma área sensível, que ainda não é duramente afetada por variações. A precipitação relacionada com os ciclones também aumentará de intensidade, causando enchentes inesperadas em todo o planeta.

O nível do mar, se nos mantivermos em +1,5°C, terá subido de 26 cm para 77 cm até 2100, de acordo com as projeções. A +2°C seriam 10 cm a mais, ou seja, até 10 milhões de pessoas adicionais afetadas. Isso tudo, até 2030.

“Desafios nunca foram tão elevados”

“Os desafios nunca foram tão altos”.É com essas palavras que o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Hoesung Lee, apresentou a nova sessão de negociação nesta segunda-feira (14), durante uma breve sessão online de abertura de duas semanas de negociações.

Como se adaptar?

De fato, as mudanças climáticas já estão afetando o planeta. Os desastres estão aumentando – ondas de calor, secas, tempestades ou inundações devastadoras – e afetam todos os continentes.

Então, quais são os impactos e como podemos nos adaptar? Este é o assunto deste novo relatório científico de milhares de páginas que descreve as consequências das mudanças climáticas na saúde, segurança alimentar, escassez de água, deslocamentos populacionais ou a destruição de ecossistemas.

Os cerca de 300 pesquisadores que contribuíram com o texto demonstram que a vida como a conhecemos será inevitavelmente transformada no curto prazo. Eles também enfatizam possíveis soluções para se preparar para esses impactos.

Os países membros da ONU agora têm uma semana para concordar com um resumo para os formuladores de políticas, com um texto final a ser divulgado em 28 de fevereiro. A análise de uma terceira parte deste relatório está prevista para abril. Será dedicado a soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Fonte: UOL

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