A universidade de Osaka, no Japão, desenvolveu uma versão artificial da carne mais cara do mundo. A original, que também é produzida no Japão, é conhecida pelo chamado marmoreio, gordura intramuscular que dá um visual de mármore para a peça e garante sua maciez.

Para desenvolver a versão artificial, os cientistas isolaram de vacas Wagyu, das células-tronco. A modificação foi feita em laboratório para se transformarem em categorias de células necessários para criar a carne.

Além disso, a pesquisa chegou a criar estruturas, como músculos, gordura e vasos sanguíneos, onde foram organizadas para produzir um pedaço de carne sintética. Entretanto, ainda não é possível fazer um churrasco, por exemplo, com essa criação, pois o pedaço de carne produzido pelos cientistas se aproxima do tamanho de um grão de feijão. Além de não ser comestível ainda.

No artigo, os cientistas explicaram que, para reproduzir essa estrutura, foi necessário registrar uma categoria de imagem capaz de diferenciar com detalhes o músculo da gordura. Com isso, foi possível criar um exemplar com o número necessário de cada categoria de célula. Após organizar os componentes celulares em um tecido para que ele se parecesse com a carne Wagyu, iniciou-se o tratamento que durou dois dias, a uma temperatura de 4 °C, com uma enzima chamada Transglutaminase, usada para alterar a consistência de alimentos.

Ainda segundo os pesquisadores, será necessário realizar outros estudos para fazer com que o tecido se torne comestível e possa ser produzido em maior escala. Os cientistas também acreditam que, no futuro, o método permitirá que a carne sintética seja criada com modificações em componentes de gordura e músculo para atender as necessidades de cada pessoa.

Mercado das carnes sintéticas

A carne sintética tem se tornado mais comuns nos últimos anos, com projetos para criar alternativas para hambúrguer e carne de frango. Em dezembro de 2020, Singapura se tornou o primeiro país a autorizar a venda de carne artificial, onde deu sinal verde após o pedido de uma empresa americana, que teve seu produto declarado próprio para consumo.